Frustrado, Annan deixa mediação da ONU para Síria
A missão de Annan estava centrada em um cessar-fogo que foi declarado em abril, mas nunca chegou a ser integralmente cumprido
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2012 às 20h25.
Nações Unidas - O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan decidiu deixar o cargo de enviado especial da comunidade internacional para a Síria , dizendo-se frustrado com as recriminações contra as Nações Unidas enquanto a guerra civil no país árabe se torna cada vez mais sangrenta.
Enquanto forças rebeldes e governamentais continuam se enfrentando em Aleppo, segunda maior cidade síria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que Annan irá ficar no cargo só até o fim do mês.
"Kofi Annan merece a nossa profunda admiração pela forma desapegada com que colocou suas formidáveis habilidades e seu prestígio nessas tarefas tão difíceis e potencialmente inglórias", disse Ban, acrescentando que um novo nome está sendo discutido.
A missão de Annan estava centrada em um cessar-fogo que foi declarado em abril, mas nunca chegou a ser integralmente cumprido. Seu trabalho vinha parecendo cada vez mais irrelevante, num momento em que os combates se intensificam em toda a Síria, inclusive nas duas maiores cidades do país, Aleppo e Damasco.
Annan disse que decidiu renunciar por causa das "trocas de acusações e xingamentos" no Conselho de Segurança, e desejou mais sorte ao seu sucessor.
A Rússia e o bloco formado por EUA, Grã-Bretanha e França começaram a se acusar mutuamente pela saída de Annan. Um diplomata graduado do Conselho disse que é hora de admitir a "profunda irrelevância de um Conselho de Segurança impotente" no caso da Síria.
O governo sírio lamentou a saída do mediador.
Annan insinuou que o contínuo fluxo de armas para as partes em conflito e o impasse entre aliados e adversários do governo sírio no Conselho de Segurança afetaram as chances de sucesso da sua missão.
"A crescente militarização no terreno e a clara falta de unidade no Conselho de Segurança alteraram fundamentalmente as circunstâncias para o exercício efetivo do meu papel", disse Annan a jornalistas.
Martin Nesirky, porta-voz de Ban, não quis comentar sobre quem assumirá o lugar de Annan, mas disse que uma decisão deve sair em breve.
Nos últimos meses, China e Rússia têm usado seu poder de veto para impedir o Conselho de adotar qualquer resolução contra o presidente da Síria, Bashar al Assad, cujo governo reprime com violência há 17 meses uma rebelião que é parte da chamada Primavera Árabe.
No mais recente campo de batalha do conflito, Aleppo, a disputa pelo controle da cidade se intensificou. Durante a quinta-feira rebeldes capturaram um tanque do governo nos arredores da cidade e dispararam seu canhão contra uma base aérea do governo.
As tropas de Assad continuaram usando canhões, artilharia e apoio aéreo para bombardear o estratégico bairro de Salaheddine, na zona sudoeste da cidade de 2,5 milhões de habitantes. Enquanto isso, os rebeldes consolidaram seu controle sobre outras áreas.
Em Damasco, soldados ocuparam um subúrbio na quarta-feira e mataram pelo menos 35 pessoas, a maioria civis desarmados, segundo relatos de moradores e ativistas.
Nações Unidas - O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan decidiu deixar o cargo de enviado especial da comunidade internacional para a Síria , dizendo-se frustrado com as recriminações contra as Nações Unidas enquanto a guerra civil no país árabe se torna cada vez mais sangrenta.
Enquanto forças rebeldes e governamentais continuam se enfrentando em Aleppo, segunda maior cidade síria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que Annan irá ficar no cargo só até o fim do mês.
"Kofi Annan merece a nossa profunda admiração pela forma desapegada com que colocou suas formidáveis habilidades e seu prestígio nessas tarefas tão difíceis e potencialmente inglórias", disse Ban, acrescentando que um novo nome está sendo discutido.
A missão de Annan estava centrada em um cessar-fogo que foi declarado em abril, mas nunca chegou a ser integralmente cumprido. Seu trabalho vinha parecendo cada vez mais irrelevante, num momento em que os combates se intensificam em toda a Síria, inclusive nas duas maiores cidades do país, Aleppo e Damasco.
Annan disse que decidiu renunciar por causa das "trocas de acusações e xingamentos" no Conselho de Segurança, e desejou mais sorte ao seu sucessor.
A Rússia e o bloco formado por EUA, Grã-Bretanha e França começaram a se acusar mutuamente pela saída de Annan. Um diplomata graduado do Conselho disse que é hora de admitir a "profunda irrelevância de um Conselho de Segurança impotente" no caso da Síria.
O governo sírio lamentou a saída do mediador.
Annan insinuou que o contínuo fluxo de armas para as partes em conflito e o impasse entre aliados e adversários do governo sírio no Conselho de Segurança afetaram as chances de sucesso da sua missão.
"A crescente militarização no terreno e a clara falta de unidade no Conselho de Segurança alteraram fundamentalmente as circunstâncias para o exercício efetivo do meu papel", disse Annan a jornalistas.
Martin Nesirky, porta-voz de Ban, não quis comentar sobre quem assumirá o lugar de Annan, mas disse que uma decisão deve sair em breve.
Nos últimos meses, China e Rússia têm usado seu poder de veto para impedir o Conselho de adotar qualquer resolução contra o presidente da Síria, Bashar al Assad, cujo governo reprime com violência há 17 meses uma rebelião que é parte da chamada Primavera Árabe.
No mais recente campo de batalha do conflito, Aleppo, a disputa pelo controle da cidade se intensificou. Durante a quinta-feira rebeldes capturaram um tanque do governo nos arredores da cidade e dispararam seu canhão contra uma base aérea do governo.
As tropas de Assad continuaram usando canhões, artilharia e apoio aéreo para bombardear o estratégico bairro de Salaheddine, na zona sudoeste da cidade de 2,5 milhões de habitantes. Enquanto isso, os rebeldes consolidaram seu controle sobre outras áreas.
Em Damasco, soldados ocuparam um subúrbio na quarta-feira e mataram pelo menos 35 pessoas, a maioria civis desarmados, segundo relatos de moradores e ativistas.