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Frio congelante se espalha pelos EUA e prejudica comércio

Rajada de frio ártico tomou conta da vasta região central do país, com as temperaturas mais baixas em duas décadas

Homem corre enquanto ondas batem no quebra-mar durante nevasca de inverno, em Massachusetts, EUA (Brian Snyder/Reuters)

Homem corre enquanto ondas batem no quebra-mar durante nevasca de inverno, em Massachusetts, EUA (Brian Snyder/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 18h06.

Chicago/Cleveland - Uma rajada de frio ártico tomou conta da vasta região central dos Estados Unidos nesta segunda-feira, com as temperaturas mais baixas em duas décadas pondo vidas em risco e forçando o fechamento do comércio e das escolas e o cancelamento de milhares de voos.

Os abrigos para os sem-teto estão superlotados e a produção de petróleo poderá ficar paralisada já que o frio intenso, descrito por alguns meteorologistas como "um turbilhão polar" e apelidado pela mídia de "porco polar", levou as temperaturas a caírem abaixo de 18 graus centígrados.

As temperaturas estavam em média entre 11 e 22 graus abaixo da média em partes dos Estados de Montana, Dakota do Sul e do Norte, Minnesota, Iowa, Wisconsin, Michigan e Nebraska, segundo o Serviço Meteorológico Nacional.

O ar do Ártico seguia em direção à Costa Leste, onde as temperaturas deverão cair durante esta segunda-feira e chegar a perto de 18 graus negativos na terça-feira. Os Estados do sul do país deverão ter as temperaturas mais frias dos últimos anos.

"Temperaturas frias e ventos tempestuosos associados com uma massa de ar do Ártico vão continuar a provocar perigosos ventos gelados até a cidade de Brownsville, no Texas e a área central da Flórida (ambos no sul)", assinalou o serviço meteorológico.

O frio ameaça prejudicar a produção de petróleo, especialmente na Dakota do Norte, o que poderia provocar um aumento no preço dos combustíveis, disseram analistas. O clima também paralisou os embarques de grãos e gado e representa uma ameaça à safra dormente de trigo de inverno.

Em Cleveland, no Estado do Ohio, onde a temperatura era de menos 14 graus e a previsão é de que chegue a menos 22 graus à noite, os abrigos para sem-teto estão lotados. Os administradores dos albergues começaram a abrir acomodações extras para atender a mais de 2.000 pessoas em busca de aquecimento.


O Serviço Meteorológico Nacional emitiu alertas de riscos à vida por causa de ventos gelados no oeste e centro da Dakota do Norte, onde as temperaturas chegam a 51 graus negativos.

As temperaturas congelantes nos EUA se assemelham, ou até superam, as de lugares como Almaty, no Cazaquistão, onde os termômetros registravam 20 graus negativos; Mongólia (menos 23 graus) e Irkusk, na Sibéria (Rússia), com menos 33 graus.

Voos Cancelados

Um total de 3.364 voos foi cancelado e outros 3.155 se atrasaram, segundo a FlightAware.com, que acompanha a atividade das companhias aéreas no país.

Mais de metade dos voos de e para o Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago, foi cancelada. À tarde, a temperatura na cidade era de 25 graus negativos. A última vez que a cidade enfrentou frio como esse foi em 1996, de acordo com o Accuweather.com.

O frio intenso, que se seguiu a uma tempestade na semana passada, com queda de 60 centímetros de neve em algumas partes do nordeste do país, prejudicou o movimento do comércio varejista, já que os consumidores preferiram ficar em casa em vez de enfrentar estradas e estacionamentos congelados.

A empresa de consultoria em varejo Customer Growth Partners estimou que em todo o país o movimento caiu de 4 a 5 por cento de 2 a 5 de janeiro, os últimos quatro dias da temporada de compras de fim de ano. O frio elevou a demanda por bens e equipamentos usados no inverno, como limpadores de neve.

De Minnesota, Estado acostumado ao frio, à normalmente quente cidade de Atlanta, as condições anormais do clima levaram ao fechamento de escolas.

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