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França multa programa de TV em € 3 mi por comentários homofóbicos

Para o órgão de controle, o apresentador recorreu a "clichês e atividades estereotipadas sobre os homossexuais" e não cumpriu com o respeito à vida privada

TV: o órgão já havia recebido cerca de 47 mil denúncias sobre o programa desde 2015 (ozanuysal/Thinkstock)

TV: o órgão já havia recebido cerca de 47 mil denúncias sobre o programa desde 2015 (ozanuysal/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 26 de julho de 2017 às 10h46.

Última atualização em 26 de julho de 2017 às 10h49.

Paris - O órgão de controle que regulamenta o setor audiovisual na França (CSA) impôs nesta quarta-feira uma multa de 3 milhões de euros a um programa humorístico da emissora "C8", pertencente ao grupo "Canal", por comentários homofóbicos e violação de privacidade.

No dia 18 de maio, o programa "Touche pas à mon poste!", o mais popular do canal, divulgou conversas telefônicas ao vivo com pessoas que tinham respondido a um falso anúncio publicado por eles em um site de encontros pessoais.

Essas pessoas, a maioria homossexuais, não foram informadas da identidade de seu verdadeiro interlocutor e, acreditando que se tratava de um diálogo privado, divulgaram publicamente informações de sua vida íntima e sexual.

Ao longo de toda essa "pegadinha", o apresentador Cyril Hanouna recorreu "a numerosos clichês e atitudes estereotipadas sobre os homossexuais", informou hoje o CSA, para quem o "C8" não cumpriu com o princípio do respeito à vida privada "e sua obrigação de lutar contra a discriminação".

O órgão lembrou que recebeu cerca de 47 mil denúncias desde 2015 contra esse programa, uma apresentação crucial para a emissora pois, segundo a imprensa francesa, representa a metade de seus ganhos com publicidade.

"Touche pas à mon poste!" também foi sancionado em junho pelo CSA com três semanas sem poder exibir publicidade por causa de conteúdos humilhantes e sexistas apresentados em dois esquetes em novembro e dezembro do ano passado.

O "C8" considerou hoje que esta nova sanção é "desproporcional, injusta e discriminatória", que, na opinião do canal, reflete uma "crueldade" por parte do CSA, e adiantou que recorrerá da decisão.

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