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França fala em intervenção armada na Síria

Hollande, no entanto, reconheceu que o desejável seria não chegar a esse extremo e "encontrar outra solução"

A decisão de aumentar a pressão da comunidade internacional contra as autoridades sírias, segundo ele, foi tomada nesta segunda-feira (Joel Saget/AFP)

A decisão de aumentar a pressão da comunidade internacional contra as autoridades sírias, segundo ele, foi tomada nesta segunda-feira (Joel Saget/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 16h45.

Paris - O presidente da França, François Hollande, mencionou nesta terça-feira a possibilidade de realizar uma intervenção armada na Síria para pôr fim à repressão do regime de Bashar al Assad, desde que seja uma ação coordenada pelo Conselho de Segurança da ONU.

"A intervenção armada não está excluída sob condição de que seja realizada mediante uma decisão do Conselho de Segurança. É preciso convencer China e Rússia", indicou o chefe de Estado em entrevista concedida à emissora "France 2".

Hollande, no entanto, reconheceu que o desejável seria não chegar a esse extremo e "encontrar outra solução", e lembrou que foi convocada uma reunião do Grupo dos Amigos da Síria para o início de julho em Paris.

O presidente francês apoiou um endurecimento das sanções contra o regime sírio e disse que vai transmitir seu desejo ao chefe de Estado russo, Vladimir Putin, quando se reunir com ele nesta sexta-feira no Palácio do Eliseu (sede do governo francês).

"(A Rússia) é, junto com a China, o país mais reticente às sanções. É preciso convencê-la de que não se pode deixar que Assad massacre seu próprio povo", afirmou Hollande na mesma entrevista, a primeira que concede desde que assumiu a Presidência da República Francesa, no último dia 15.

A decisão de aumentar a pressão da comunidade internacional contra as autoridades sírias, segundo ele, foi tomada nesta segunda-feira junto com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, com quem manteve uma conversa por telefone.

Durante a conversa, Hollande e Cameron expressaram seu horror ante o massacre de Houla na sexta-feira passada, quando 108 civis morreram, entre eles 49 eram crianças e 34 mulheres, perante o que a França anunciou nesta terça-feira a decisão de expulsar a embaixadora da Síria em Paris.

O presidente francês ressaltou que se trata de uma resposta diplomática tomada em concertação com outros países, e que foi seguida de anúncios similares em nações como Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica e Bulgária.

"Não podia deixar de reagir ao que aconteceu na Síria nos últimos dias", declarou o líder francês. 

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