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Fortes chuvas deixam mais de 100 mortos na Alemanha

Até agora, foram confirmados 103 mortos no oeste da Alemanha. Na Bélgica, são pelo menos 18 óbitos e 19 desaparecidos. Holanda e Luxemburgo também foram afetados

An areal view after flooding at Erftstadt-Blessem, Germany, July 16, 2021. (Rhein-Erft-Kreis/Reuters)
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AFP

Publicado em 16 de julho de 2021 às 11h20.

Última atualização em 19 de julho de 2021 às 12h44.

Mais de 120 pessoas morreram nas últimas horas na Europa , a maioria delas na Alemanha , em meio ao intenso temporal que provocou inundações e deslizamentos de terra. O balanço de vítimas pode aumentar, já que os serviços de resgate continuam em busca de dezenas de pessoas desaparecidas.

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Até agora, foram confirmados 103 mortos no oeste da Alemanha, conforme os últimos balanços oficiais.

Na Bélgica , são pelo menos 18 óbitos e 19 desaparecidos, além de centenas de pessoas isoladas em suas casas, e 21.000 sem eletricidade. O Exército enviou soldados para quatro das dez províncias do país para participarem dos esforços de resgate.

Luxemburgo e Holanda também foram afetados, e algumas áreas tiveram de ser evacuadas de urgência.

"Temo que veremos a magnitude da catástrofe somente nos próximos dias", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel , na noite de quinta-feira (15), de Washington, onde está de visita.

"As inundações de morte", dizia a manchete desta sexta do jornal Bild, o mais lido do país.

As fortes chuvas surpreenderam os moradores. Muitos ficaram presos por enchentes e transbordamentos de rios, que semearam desolação e medo em seu caminho.

"Às 23h30 tinha só um pouco de água. A uma da manhã, estava tudo submerso. Nosso apartamento, nosso escritório, as casas dos vizinhos (...) Ficou tudo inundado em apenas 15 minutos", disse Agron Berischa, que mora na cidade de Ahrweiler, no estado da Renânia-Palatinado.

Neste estado, o número de óbitos pulou de 28 para 60, nesta sexta-feira. Este balanço pode aumentar, em meio às buscas por dezenas de desaparecidos.

Perto de Colônia, um deslizamento de terra ocorrido hoje, também em consequência das inundações, causou "várias mortes", e há pessoas desaparecidas, segundo uma porta-voz do governo local.

Como um tsunami

Na área de Ahrweiler, especialmente atingida, 1.300 pessoas estão sem dar notícias, mas grande parte desse número inclui habitantes que não podem ser localizados, devido a problemas de comunicação.

"Estimamos que pode haver 40, 50, ou 60 desaparecidos. Quando há pessoas que não dão sinais de vida por muito tempo, teme-se pelo pior", disse o ministro do Interior deste estado, Roger Lewentz, à emissora de televisão SWR.

"Portanto, o número de vítimas corre o risco de aumentar nos próximos dias", completou.

Cerca de 1.000 soldados foram mobilizados na Alemanha para auxiliar nas operações de resgate, evacuação e limpeza das cidades. As imagens são desoladoras.

As ruas de Ahrwiler parecem terem sido varridas por um tsunami. Ruas e casas estão submersas, edifícios desabaram, carros foram arrastados, e árvores, arrancadas. Vários bairros da cidade continuavam, literalmente, isolados do mundo nesta sexta.

Por enquanto, ainda chove em várias regiões do oeste, e o volume do rio Reno e de vários de seus afluentes aumenta perigosamente.

Segundo o diretor-geral da associação alemã de municípios, Gerd Landsberg, "é uma catástrofe de magnitude desconhecida".

"Considerando-se os danos, são bilhões de euros em perdas", afirmou.

"De onde vem toda essa chuva? É uma loucura", disse à AFP Annemarie Mueller, da cidade de Mayen, também na Renânia-Palatinado, que olha, de sua varanda, o jardim inundado.

Pauta climática entra na campanha

As tempestades colocaram a questão da mudança climática no centro da campanha eleitoral alemã. As eleições legislativas acontecem em 26 de setembro e, depois delas, Merkel deixará o cargo.

"Esses caprichos meteorológicos extremos são consequência da mudança climática", estimou o ministro do Interior, Horst Seehofer.

Quando a atmosfera se aquece, ela retém mais água, o que pode provocar chuvas intensas. Os temporais podem ter consequências especialmente devastadoras nas zonas urbanas, devido a sistemas de drenagem deficientes, ou a construções situadas em áreas que correm o risco de se serem alagadas.

Nesta sexta, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu um firme comprometimento com a luta contra a mudança climática. Segundo ele, esta é a única alternativa para frear fenômenos meteorológicos extremos, como as chuvas intensas que castigam o país.

"Apenas se nos comprometermos de forma resoluta com a luta contra a mudança climática, poderemos controlar condições meteorológicas extremas como as que vivemos atualmente", afirmou Steinmeier em um pronunciamento, acrescentando que se encontra "profundamente arrasado" pela "tragédia".

"Esta situação significa que temos que acelerar as medidas de proteção climática em nível nacional, europeu e mundial", disse Armin Laschet, candidato do partido conservador, de Merkel, e favorito para substituí-la, de acordo com as pesquisas.

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