Forças israelenses se mobilizam em massa em Jerusalém
Policiais e guardas de fronteira patrulhavam locais públicos, cruzamentos e estradas, vagando por onde não costumavam passar
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2015 às 14h35.
As forças israelenses foram mobilizadas em massa nesta quinta-feira em Jerusalém , em meio a uma onda de atentados que o governo não tem sido capaz de parar e que tem feito muitos israelenses se armarem.
Policiais e guardas de fronteira patrulhavam locais públicos, cruzamentos e estradas, vagando por onde não costumavam passar.
Trezentos soldados vão se juntar no domingo à polícia em Jerusalém, segundo o exército.
Uma das últimas grandes implantações de soldados em cidades israelenses foi em 2002, durante a segunda intifada, em conjunto com uma vasta operação militar israelense na Cisjordânia ocupada, de acordo com uma fonte próxima aos serviços de segurança.
O apelo ao exército visa ajudar a conter a violência atual que faz temer uma nova intifada e tranquilizar a população em estado de alarme permanente. Os alertas se sucedem, muitas vezes de maneira injustificada.
Um trem parou nesta quinta-feira perto de Haifa (norte) quando alguém ativou o alarme porque um passageiro havia gritado "terrorista" e um soldado disparou para o ar para impedir uma possível agressão, disse a polícia.
A ansiedade tem feito muitos israelenses a se armar. Fotos publicadas no jornal Yedioth Ahronoth mostram uma judia em um ônibus armada com um rolo de abrir massa, enquanto outros passeiam com picareta e vassouras.
Cenas de pânico
Além da tensão, o comércio sofre. "Fizemos 15% menos em volume de negócios do que o normal", disse Aron Silverberg, gerente de uma loja de telefone celular do mercado de Mahane Yehuda. O mercado, em geral fervilhante, estava quase deserto nesta quinta-feira.
A área ao redor da rodoviária de Jerusalém foi palco de movimentos de uma multidão em pânico ontem à noite, durante o último ataque registrado com faca. O jovem agressor palestino foi morto, assim como outro mais cedo durante outro ataque.
O governo israelense havia anunciado mais cedo uma série de medidas para conter a onda que culminou com a morte de três israelenses em um ataque na terça-feira em um ataque com carro e um primeiro atentado com arma de fogo em um ônibus desde o início da escalada da tensão, em 1º de outubro.
Policiais controlavam nesta quinta cada ônibus em quase todos os pontos da estrada de Hebron, o principal eixo entre Jerusalém e a Cisjordânia.
Jerusalém e a Cisjordânia enfrentam desde 1º de outubro confrontos entre jovens palestinos que atiram pedras e soldados israelenses, além de agressões entre palestinos e colonos e atentados com facas.
A violência já fez sete motos israelenses e trinta vítimas palestinas, muitas das quais autores de ataques. Há dezenas de feridos de um lado, centenas de outro.
As tensões despertam incitação ao ódio nas redes sociais. "Todo mundo suspeita de nós, e o racismo é cada vez maior", lamentou Shahr Omraq, de 51 anos, funcionário da limpeza palestina perto de um ponto de ônibus.
Além do reforço do exército, o governo autorizou o fechamento dos bairros palestinos de Jerusalém Oriental, a parte palestina de Jerusalém anexada e ocupada por Israel.
Impotência dos políticos
Nos postos de controle construídos desde o dia anterior, a polícia israelense filtrava um por um os carros que saem do bairro de Ras El-Amud, de onde veio um dos autores dos ataques.
Especialistas apontam a quase impossibilidade de combater os ataques com faca por indivíduos isolados.
As autoridades israelenses, bem como as palestinas, parecem impotentes em acalmar os ânimos entre uma juventude exasperada pela ocupação e colonização, incentivada pelas redes sociais e estimulada por encantamentos religiosos.
Para o governo israelense, a violência ocorre de uma negação da própria existência de Israel e os discursos de ódio proferidos pela liderança palestina.
A Autoridade Palestiniana de Mahmoud Abbas e as principais organizações palestinas não parecem ter controle algum sobre esses jovens.
Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, trocaram críticas na quarta-feira em dois discurso concomitantes.
Difícil discernir neste contexto exacerbado que parte pode adotar o caminho diplomático. Washington anunciou que o secretário de Estado John Kerry visitaria "em breve" a região.
As forças israelenses foram mobilizadas em massa nesta quinta-feira em Jerusalém , em meio a uma onda de atentados que o governo não tem sido capaz de parar e que tem feito muitos israelenses se armarem.
Policiais e guardas de fronteira patrulhavam locais públicos, cruzamentos e estradas, vagando por onde não costumavam passar.
Trezentos soldados vão se juntar no domingo à polícia em Jerusalém, segundo o exército.
Uma das últimas grandes implantações de soldados em cidades israelenses foi em 2002, durante a segunda intifada, em conjunto com uma vasta operação militar israelense na Cisjordânia ocupada, de acordo com uma fonte próxima aos serviços de segurança.
O apelo ao exército visa ajudar a conter a violência atual que faz temer uma nova intifada e tranquilizar a população em estado de alarme permanente. Os alertas se sucedem, muitas vezes de maneira injustificada.
Um trem parou nesta quinta-feira perto de Haifa (norte) quando alguém ativou o alarme porque um passageiro havia gritado "terrorista" e um soldado disparou para o ar para impedir uma possível agressão, disse a polícia.
A ansiedade tem feito muitos israelenses a se armar. Fotos publicadas no jornal Yedioth Ahronoth mostram uma judia em um ônibus armada com um rolo de abrir massa, enquanto outros passeiam com picareta e vassouras.
Cenas de pânico
Além da tensão, o comércio sofre. "Fizemos 15% menos em volume de negócios do que o normal", disse Aron Silverberg, gerente de uma loja de telefone celular do mercado de Mahane Yehuda. O mercado, em geral fervilhante, estava quase deserto nesta quinta-feira.
A área ao redor da rodoviária de Jerusalém foi palco de movimentos de uma multidão em pânico ontem à noite, durante o último ataque registrado com faca. O jovem agressor palestino foi morto, assim como outro mais cedo durante outro ataque.
O governo israelense havia anunciado mais cedo uma série de medidas para conter a onda que culminou com a morte de três israelenses em um ataque na terça-feira em um ataque com carro e um primeiro atentado com arma de fogo em um ônibus desde o início da escalada da tensão, em 1º de outubro.
Policiais controlavam nesta quinta cada ônibus em quase todos os pontos da estrada de Hebron, o principal eixo entre Jerusalém e a Cisjordânia.
Jerusalém e a Cisjordânia enfrentam desde 1º de outubro confrontos entre jovens palestinos que atiram pedras e soldados israelenses, além de agressões entre palestinos e colonos e atentados com facas.
A violência já fez sete motos israelenses e trinta vítimas palestinas, muitas das quais autores de ataques. Há dezenas de feridos de um lado, centenas de outro.
As tensões despertam incitação ao ódio nas redes sociais. "Todo mundo suspeita de nós, e o racismo é cada vez maior", lamentou Shahr Omraq, de 51 anos, funcionário da limpeza palestina perto de um ponto de ônibus.
Além do reforço do exército, o governo autorizou o fechamento dos bairros palestinos de Jerusalém Oriental, a parte palestina de Jerusalém anexada e ocupada por Israel.
Impotência dos políticos
Nos postos de controle construídos desde o dia anterior, a polícia israelense filtrava um por um os carros que saem do bairro de Ras El-Amud, de onde veio um dos autores dos ataques.
Especialistas apontam a quase impossibilidade de combater os ataques com faca por indivíduos isolados.
As autoridades israelenses, bem como as palestinas, parecem impotentes em acalmar os ânimos entre uma juventude exasperada pela ocupação e colonização, incentivada pelas redes sociais e estimulada por encantamentos religiosos.
Para o governo israelense, a violência ocorre de uma negação da própria existência de Israel e os discursos de ódio proferidos pela liderança palestina.
A Autoridade Palestiniana de Mahmoud Abbas e as principais organizações palestinas não parecem ter controle algum sobre esses jovens.
Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, trocaram críticas na quarta-feira em dois discurso concomitantes.
Difícil discernir neste contexto exacerbado que parte pode adotar o caminho diplomático. Washington anunciou que o secretário de Estado John Kerry visitaria "em breve" a região.