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Forças iraquianas retomam centro de Tal Afar do Estado Islâmico

Os combates prosseguem, segundo o general Abdelamir Yarallah, chefe das operações militares, especialmente para retomar Al Aadieh

Fumaça durante combate iraquiano contra o Estado Islâmico em Tal Afar: conquista constitui uma importante etapa na ofensiva antijihadista (Thaier Al-Sudani/Reuters)
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AFP

Publicado em 26 de agosto de 2017 às 15h49.

As forças iraquianas reconquistaram neste sábado o centro de Tal Afar e sua cidadela, seis dias depois de ter iniciado o assalto a um dos últimos redutos do grupo Estado Islâmico no Iraque.

No início de julho, as forças iraquianas retomaram Mossul, segunda cidade do Iraque e outrora grande reduto do grupo ultrarradical no país, depois de nove meses de violentos combates que puseram fim a três anos de ocupação jihadista.

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No domingo passado, as tropas governamentais e as unidades paramilitares do Hashd Al Shaabi, apoiadas pela coalizão dirigida pelos Estados Unidos, lançaram o assalto contra Tal Afar, 70 km a oeste de Mossul.

Em menos de uma semana, avançaram rapidamente até o setor histórico, onde viviam 200.000 pessoas antes da chegada dos jihadistas em 2014.

Os combates prosseguem, segundo o general Abdelamir Yarallah, chefe das operações militares, especialmente para retomar a localidade de Al Aadieh, 15 km ao norte e que tem uma rota estratégica que une Tal Afar à fronteira síria.

Segundo os comandos militares no front, a vitória total em Tal Afar poderá ser celebrada durante a festa muçulmana do Aid Al Adha, que no Iraque acontece em 2 de setembro.

"No início, os jihadistas usavam carros-bomba e morteiros. Agora há apenas franco-atiradores", indicou Abas Radhi, um combatente do Hachd. "Ahora lo que hay principalmente son francotiradores" explicó.

Tal Afar não é tão grande nem tão simbólica quanto Mossul, mas sua conquista constitui uma importante etapa na ofensiva antijihadista, tanto no Iraque como na vizinha Síria.

As autoridades afirmam que a tomada de Tal Afar complicará ainda mais a passagem de armas e de jihadistas entre o Iraque e a Síria, onde o EI é atacado em várias frentes.

"É um período de transição entre uma guerra que se aproxima do fim e o início da estabilização e da reconstrução do Iraque", afirmou, por sua parte, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, de visita ao país, junto com a ministra da Defesa, Florence Parly.

Le Drian anunciou um empréstimo de seu país ao Iraque por 430 milhões de dólares para contribuir com a reconstrução do país.

A França, um dos principais colaboradores da coalizão anti-EI, pretende manter seu apoio militar para que sejam reconquistados os últimos redutos jihadistas: Hawija, no norte iraquano, e as zonas fronteiriças com a Síria, no oeste.

Os ministros devem viajar depois para Erbil, no Curdistão iraquiano, onde se reunirão com o presidente da região autônoma, Masud Barzani.

É esperado que os ministros franceses alertem os curdos iraquianos contra o referendo sobre sua independência previsto para 25 de setembro e que poderá desestabilizar o conjunto da região.

Washington também se opõe a esta votação, assim como a Turquia e o Irã, que temem que o processo desestabilize sua própria minoria curda.

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