Forças dos EUA tentaram, sem sucesso, resgatar reféns
Missão, autorizada pelo presidente Barack Obama, baseava-se em inteligência coletada pelos EUA, e aconteceu no meio do ano, disseram autoridades
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 11h06.
Washington/Edgartown - Forças lideradas pelos Estados Unidos tentaram resgatar o jornalista James Foley e outros reféns norte-americanos durante uma missão secreta na Síria , e chegaram a trocar tiros com militantes do Estado Islâmico, apenas para descobrir que os cativos não estavam lá, disseram autoridades.
A missão, autorizada pelo presidente Barack Obama, baseava-se em inteligência coletada pelos EUA, e aconteceu no meio do ano, disseram autoridades.
Os detalhes foram revelados um dia após a divulgação de um vídeo que mostrava a decapitação de Foley, que tinha 40 anos.
O governo da Síria negou nesta quinta-feira que tal operação tenha acontecido em seu território, embora não tenha controle em grandes áreas nas quais o Estado Islâmico opera.
Autoridades dos EUA não disseram exatamente a operação aconteceu, mas acrescentaram que não ocorreu nas últimas duas semanas. Eles disseram que as forças especiais dos EUA e outros militares, apoiadores por helicópteros e aviões, chegaram a uma zona na Síria e travaram uma batalha contra militantes do Estado Islâmico, os quais diversos foram mortos.
O incidente pareceu ser o primeiro confronto direto entre os EUA e os militantes islâmicos, vistos por Obama como uma crescente ameaça no Oriente Médio. Lisa Monaco, principal assessora antiterrorismo de Obama, disse em um comunicado que o presidente autorizou a missão porque houve uma avaliação da equipe de segurança nacional de que os reféns estavam em perigo a cada dia.
“O governo dos EUA teve o que se acreditou como inteligência suficiente, e quando a oportunidade se apresentou, o presidente autorizou o Departamento de Defesa a mover-se agressivamente para recuperar nossos cidadãos. Infelizmente, essa missão não foi bem-sucedida porque os reféns não estavam presentes”, disse Monaco.
O Conselho de Segurança Nacional disse, na noite de quarta-feira, que nunca teve a intenção de revelar a operação. “Uma grande preocupação pela segurança dos reféns e pela segurança operacional tornaram imperativo que preservássemos o máximo de discrição possível”, disse o Conselho no comunicado.
“Só viemos a público hoje quando ficou claro que diversos veículos de mídia estava preparando reportagens sobre a operação, e que não teríamos escolha a não ser reconhecê-la.” O governo da Síria negou os relatos da operação.
“Não aconteceu de aviões de guerra norte-americanos terem atacados posições terroristas na Síria, e isso não acontecerá sem o consentimento do governo sírio”, disse o ministro da Informação do país, Omran Zoabi, em comentários publicados na agência síria Sana. O Estado Islâmico controla cerca de um terço do território no norte e no leste da Síria.
Entre os reféns buscados pela missão estava Steven Sotloff, jornalista norte-americano que foi ameaçado de decapitação no mesmo vídeo que mostrou a execução de Foley. Diversos outros reféns também foram buscados, disse uma autoridade sênior.