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Forças do governo sírio freiam avanços rebeldes em Aleppo

Os grupos rebeldes e seus aliados extremistas iniciaram no domingo uma ofensiva para tentar romper o cerco imposto aos bairros insurgentes no leste da cidade


	Soldados na província de Aleppo: as forças do governo responderam com um violento contra-ataque e reconquistaram várias posições
 (AFP)

Soldados na província de Aleppo: as forças do governo responderam com um violento contra-ataque e reconquistaram várias posições (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 13h29.

As forças do regime sírio, com o apoio de fortes bombardeios russos, retomaram o controle de várias colinas e localidades rebeldes na periferia do sudoeste de Aleppo, freando os avanços da ofensiva insurgente.

Os grupos rebeldes e seus aliados extremistas iniciaram no domingo uma ofensiva para tentar romper o cerco imposto aos bairros insurgentes, na zona leste da cidade.

Mas as forças do governo responderam com um violento contra-ataque e reconquistaram várias posições sob controle dos rebeldes.

Os combatentes do regime se apoderaram na noite de terça-feira de duas colinas e de dois pequenos povoados na periferia sudoeste de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"O regime lançou contra-ataques para frear a grande ofensiva rebelde", disse o diretor desta ONG, Rami Abdel Rahman.

"A ofensiva da oposição não atingiu os resultados esperados até o momento", completou.

Um correspondente da AFP no leste de Aleppo informou sobre confrontos e bombardeios durante a noite, seguidos de explosões com bombas de barril e ataques aéreos na madrugada.

Segundo o OSDH, 50 combatentes rebeldes e jihadistas morreram desde o início do ataque, assim como dezenas de membros das tropas do regime.

Nesta batalha, os rebeldes têm o apoio do grupo extremista Frente Fateh al-Sham (antes Frente al-Nosra, que se desvinculou da Al-Qaeda). O exército conta com a ajuda da aviação russa e, no campo de batalha, de combatentes iranianos e do Hezbollah libanês, segundo o OSDH.

Aleppo encontra-se dividida desde 2012 entre os bairros a oeste, controlados pelo governo, e os do leste, nas mãos dos rebeldes, totalmente sitiados pelo exército desde 17 de julho.

Os insurgentes tentam assumir o controle do distrito governamental de Ramusa, ao sudoeste, para abrir uma nova rota de abastecimento a seus bairros.

Os rebeldes fizeram todo o possível para manter suas novas posições ante os bombardeios em massa da aviação russa, explicou Abdel Rahman. Conseguiram manter o controle de quatro colinas e um pequeno povoado.

O jornal Al Watan, próximo ao poder, informou nesta quarta-feira que as forças do governo "avançavam novamente ao sul e ao sudoeste de Aleppo após os importantes golpes desferidos" nos grupos rebeldes.

De acordo com o site pró-governo almasdarnews, "os rebeldes conseguiram entrar em Ramusa depois de explodir um túnel que haviam escavado para acessar o bairro. Mas depois foram bloqueados e tiveram que deixar a localidade após uma batalha violenta. O regime controla completamente o bairro".

Durante a noite, ao menos 10 civis, incluindo quatro crianças, morreram em bombardeios rebeldes nas áreas sob controle governamental na zona oeste da cidade, segundo o OSDH.

Desde domingo mais de 40 civis morreram em bombardeios rebeldes nos bairros.

A batalha por Aleppo, que já foi a capital econômica do país, é crucial para as forças do regime de Damasco, assim como para os grupos rebeldes.

Mais de 280.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a fugir desde o início da guerra na Síria em 2011.

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