Fonte dos "Panama Papers" prevê revolução digital
Sua decisão de divulgar gratuitamente para uma centena de meios de comunicação cerca de 11,5 milhões de documentos do escritório Mossack Fonseca é "pessoal"
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2016 às 15h23.
A fonte das revelações dos "Panama Papers" faz uma acusação dura contra a inércia política, da justiça e dos meios de comunicação contra os p araísos fiscais , prevendo uma "revolução digital" no jornal alemão Süddeutsche Zeitung desta sexta-feira.
Apelidado de "John Doe", um nome geralmente usado para preservar a identidade de uma pessoa ou designar um morto não identificado, o informante, que falou pela primeira vez desde a revelação do caso em abril, promete "cooperar" com os "milhares de processos" decorrentes do escândalo, desde que os "denunciantes" tenham "imunidade contra represálias dos governos".
"A próxima revolução será digital. Ou talvez ela já começou", diz em seu longo "manifesto", escrito em inglês, considerando que "o acesso à informação", muito desigual mas transformado pela internet, é a chave de um sistema capitalista distorcido "que se aproxima de uma escravidão econômica".
Sua decisão de divulgar gratuitamente para uma centena de meios de comunicação cerca de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca é "pessoal", porque ele percebeu "a magnitude das injustiças", explicou, de acordo com a tradução francesa do jornal Le Monde.
"Eu não trabalho nem nunca trabalhei para um governo ou serviço de inteligência, seja diretamente ou como consultor", limita-se a afirmar, sem entregar qualquer pista sobre sua nacionalidade, identidade ou funções.
Mossack Fonseca, acusa, "usou sua influência para escrever e torcer as leis em todo o mundo em favor dos interesses criminais por décadas", protegendo por meio de empresas de fachada, de fato legais, "uma ampla gama de crimes que vão além da evasão fiscal".
"Por 50 anos, os ramos executivo, legislativo e judiciário do poder em todo o mundo falharam completamente em tratar as metástases dos paraísos fiscais", alvejando "cidadãos de baixa e média renda", e não os ricos, afirma.
Ele que quis confiar suas revelações ao Süddeutsche Zeitung e ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) também atacou a mídia, lamentando a "falta de financiamento" do jornalismo investigativo e desinteresse dos grandes meios de comunicação.
"Os chefes de vários veículos de imprensa puderam consultar os documentos dos 'Panama Papers' - mesmo que tenham garantido o contrário. Mas optaram por não explorá-los", revela ele, acrescentando que "mesmo o WikiLeaks não respondeu a várias de suas solicitações".
Desde o início de abril, as revelações dos "Panama Papers" causaram a abertura de muitas investigações em todo o mundo e levaram o primeiro-ministro islandês e um ministro espanhol a renunciar.
Estes documentos revelam o uso generalizado de empresas offshore para esconder ativos em jurisdições sigilosas e de baixa tributação.
A fonte das revelações dos "Panama Papers" faz uma acusação dura contra a inércia política, da justiça e dos meios de comunicação contra os p araísos fiscais , prevendo uma "revolução digital" no jornal alemão Süddeutsche Zeitung desta sexta-feira.
Apelidado de "John Doe", um nome geralmente usado para preservar a identidade de uma pessoa ou designar um morto não identificado, o informante, que falou pela primeira vez desde a revelação do caso em abril, promete "cooperar" com os "milhares de processos" decorrentes do escândalo, desde que os "denunciantes" tenham "imunidade contra represálias dos governos".
"A próxima revolução será digital. Ou talvez ela já começou", diz em seu longo "manifesto", escrito em inglês, considerando que "o acesso à informação", muito desigual mas transformado pela internet, é a chave de um sistema capitalista distorcido "que se aproxima de uma escravidão econômica".
Sua decisão de divulgar gratuitamente para uma centena de meios de comunicação cerca de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca é "pessoal", porque ele percebeu "a magnitude das injustiças", explicou, de acordo com a tradução francesa do jornal Le Monde.
"Eu não trabalho nem nunca trabalhei para um governo ou serviço de inteligência, seja diretamente ou como consultor", limita-se a afirmar, sem entregar qualquer pista sobre sua nacionalidade, identidade ou funções.
Mossack Fonseca, acusa, "usou sua influência para escrever e torcer as leis em todo o mundo em favor dos interesses criminais por décadas", protegendo por meio de empresas de fachada, de fato legais, "uma ampla gama de crimes que vão além da evasão fiscal".
"Por 50 anos, os ramos executivo, legislativo e judiciário do poder em todo o mundo falharam completamente em tratar as metástases dos paraísos fiscais", alvejando "cidadãos de baixa e média renda", e não os ricos, afirma.
Ele que quis confiar suas revelações ao Süddeutsche Zeitung e ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) também atacou a mídia, lamentando a "falta de financiamento" do jornalismo investigativo e desinteresse dos grandes meios de comunicação.
"Os chefes de vários veículos de imprensa puderam consultar os documentos dos 'Panama Papers' - mesmo que tenham garantido o contrário. Mas optaram por não explorá-los", revela ele, acrescentando que "mesmo o WikiLeaks não respondeu a várias de suas solicitações".
Desde o início de abril, as revelações dos "Panama Papers" causaram a abertura de muitas investigações em todo o mundo e levaram o primeiro-ministro islandês e um ministro espanhol a renunciar.
Estes documentos revelam o uso generalizado de empresas offshore para esconder ativos em jurisdições sigilosas e de baixa tributação.