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FMI prepara-se para 1ª difícil escolha de diretor-gerente

Países emergentes pressionam por maior espaço e ameaçam lançar candidatos para enfrentar o possível nome escolhido pelos europeus

John Lipsky, atual diretor interino do fundo: briga para quem fica com o cargo (Yasser al-Zayyat/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2011 às 17h17.

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) debateu nesta sexta-feira a portas fechadas o processo de sucessão do francês Dominique Strauss-Kahn para o cargo de diretor-gerente da instituição, naquela que promete ser a primeira disputada escolha de um líder desde que o organismo foi criado, em 1945.

O Conselho Executivo do FMI, integrado por 24 membros que representam os 187 países da instituição, abordou, entre outros temas, o processo para a seleção de um novo diretor-gerente, segundo confirmaram à Agência Efe fontes da entidade.

O Conselho será o responsável por eleger o sucessor de Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo na última quinta-feira, da cela onde estava preso no centro penitenciário Rikers Island, com "infinita tristeza" e abatido pelo escândalo sexual que ameaça arruinar sua bem-sucedida carreira política.

Strauss-Kahn, que aparecia nas pesquisas como favorito para as eleições presidenciais de 2012 na França, foi indiciado na Justiça americana por sete acusações - entre elas a de tentativa de estupro contra uma camareira de um hotel em Nova York -, em uma audiência na qual obteve liberdade condicional pagando uma fiança de US$ 1 milhão, além de deixar US$ 5 milhões como garantia.

Sua renúncia ao cargo máximo do FMI deu início ao que pode se transformar no primeiro processo realmente competitivo para a seleção da liderança na história do Fundo.

Um acordo de cavalheiros firmado ao fim da Segunda Guerra Mundial sempre garantiu a chefia da instituição a um cidadão europeu, deixando a liderança do Banco Mundial a cargo de um americano.

No entanto, o crescente peso global dos países emergentes pôs em xeque esse privilégio. O mundo em desenvolvimento exige agora mudanças em um sistema que considera defasado.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, comentou nesta sexta-feira sobre a nova realidade, ao dizer que Washington realiza "amplas consultas" tanto com os acionistas emergentes do Fundo quanto com as economias avançadas para substituir Strauss-Kahn.

"É importante que este seja um processo aberto e que se avance rapidamente para a seleção de uma nova liderança ao FMI", ressaltou o titular do Tesouro americano.

Na mesma linha, o diretor-gerente interino do Fundo, John Lipsky, disse na quinta-feira que existe um acordo entre os membros da instituição para que a seleção do diretor-gerente seja "aberta, transparente e baseada em méritos".

De Paris, o secretário-geral da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mexicano Ángel Gurría, assinalou nesta sexta-feira que este "é o momento" para o FMI ser liderado por um diretor-gerente não europeu.

Espera-se que o processo para substituir Strauss-Kahn se prolongue por várias semanas. Durante esse período, o Fundo será comandado por Lipsky, que pouco antes do escândalo já havia anunciado sua intenção de deixar o organismo em agosto.


Apesar de 187 nações estarem representadas no FMI, as principais vozes na instituição continuam sendo os Estados Unidos e os países-membros da União Europeia (UE), que controlam mais de 50% do poder de voto por serem os maiores contribuintes do orçamento do Fundo.

A seleção de um novo líder requer uma maioria simples, o que significa que o acordo tácito de 1945 entre EUA e Europa garante a designação de um candidato desejado por ambos. Embora a seleção possa ser submetida a votação, o Fundo prefere que ela seja por "consenso".

O primeiro passo do processo começa com a nomeação dos candidatos por parte dos países. A UE expressou sua intenção de escolher um candidato de consenso, que, segundo todos os indícios, poderia ser a atual ministra das Finanças da França, Christine Lagarde.

O ex-ministro das Finanças turco Kemal Dervis, um dos nomes que aparecia nas apostas de favoritos à direção do Fundo, afirmou nesta sexta-feira em comunicado que não concorrerá ao cargo.

Quem pretende entrar na disputa é Grigori Marchenko, governador do Banco Nacional do Cazaquistão, que recebeu nesta quinta-feira o apoio da Rússia e de outros dez membros da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) - bloco das ex-nações soviéticas.

"Se os grandes países em desenvolvimento podem apresentar um único candidato, e não obrigatoriamente devo ser eu, então essa pessoa terá muitas oportunidades de ganhar", assinalou Marchenko nesta sexta-feira, citado pelas agências de notícias russas.

Uma vez selecionados os candidatos, eles devem confirmar por escrito seu interesse ao cargo. Em seguida, são convidados a Washington para serem entrevistados pelo Conselho Executivo do FMI.

Segundo os critérios estabelecidos para a seleção do diretor-gerente em 2007, quando Strauss-Kahn assumiu a chefia em substituição ao espanhol Rodrigo Rato, o eleito deve possuir um histórico "distinto" no terreno econômico e na formulação de políticas.

"Ele ou ela deverá ter uma trajetória econômica de destaque e comprovadas qualidades gerenciais e diplomáticas, necessárias para liderar uma instituição global", indicou então o organismo.

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O Conselho Executivo do FMI, integrado por 24 membros que representam os 187 países da instituição, abordou, entre outros temas, o processo para a seleção de um novo diretor-gerente, segundo confirmaram à Agência Efe fontes da entidade.

O Conselho será o responsável por eleger o sucessor de Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo na última quinta-feira, da cela onde estava preso no centro penitenciário Rikers Island, com "infinita tristeza" e abatido pelo escândalo sexual que ameaça arruinar sua bem-sucedida carreira política.

Strauss-Kahn, que aparecia nas pesquisas como favorito para as eleições presidenciais de 2012 na França, foi indiciado na Justiça americana por sete acusações - entre elas a de tentativa de estupro contra uma camareira de um hotel em Nova York -, em uma audiência na qual obteve liberdade condicional pagando uma fiança de US$ 1 milhão, além de deixar US$ 5 milhões como garantia.

Sua renúncia ao cargo máximo do FMI deu início ao que pode se transformar no primeiro processo realmente competitivo para a seleção da liderança na história do Fundo.

Um acordo de cavalheiros firmado ao fim da Segunda Guerra Mundial sempre garantiu a chefia da instituição a um cidadão europeu, deixando a liderança do Banco Mundial a cargo de um americano.

No entanto, o crescente peso global dos países emergentes pôs em xeque esse privilégio. O mundo em desenvolvimento exige agora mudanças em um sistema que considera defasado.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, comentou nesta sexta-feira sobre a nova realidade, ao dizer que Washington realiza "amplas consultas" tanto com os acionistas emergentes do Fundo quanto com as economias avançadas para substituir Strauss-Kahn.

"É importante que este seja um processo aberto e que se avance rapidamente para a seleção de uma nova liderança ao FMI", ressaltou o titular do Tesouro americano.

Na mesma linha, o diretor-gerente interino do Fundo, John Lipsky, disse na quinta-feira que existe um acordo entre os membros da instituição para que a seleção do diretor-gerente seja "aberta, transparente e baseada em méritos".

De Paris, o secretário-geral da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mexicano Ángel Gurría, assinalou nesta sexta-feira que este "é o momento" para o FMI ser liderado por um diretor-gerente não europeu.

Espera-se que o processo para substituir Strauss-Kahn se prolongue por várias semanas. Durante esse período, o Fundo será comandado por Lipsky, que pouco antes do escândalo já havia anunciado sua intenção de deixar o organismo em agosto.


Apesar de 187 nações estarem representadas no FMI, as principais vozes na instituição continuam sendo os Estados Unidos e os países-membros da União Europeia (UE), que controlam mais de 50% do poder de voto por serem os maiores contribuintes do orçamento do Fundo.

A seleção de um novo líder requer uma maioria simples, o que significa que o acordo tácito de 1945 entre EUA e Europa garante a designação de um candidato desejado por ambos. Embora a seleção possa ser submetida a votação, o Fundo prefere que ela seja por "consenso".

O primeiro passo do processo começa com a nomeação dos candidatos por parte dos países. A UE expressou sua intenção de escolher um candidato de consenso, que, segundo todos os indícios, poderia ser a atual ministra das Finanças da França, Christine Lagarde.

O ex-ministro das Finanças turco Kemal Dervis, um dos nomes que aparecia nas apostas de favoritos à direção do Fundo, afirmou nesta sexta-feira em comunicado que não concorrerá ao cargo.

Quem pretende entrar na disputa é Grigori Marchenko, governador do Banco Nacional do Cazaquistão, que recebeu nesta quinta-feira o apoio da Rússia e de outros dez membros da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) - bloco das ex-nações soviéticas.

"Se os grandes países em desenvolvimento podem apresentar um único candidato, e não obrigatoriamente devo ser eu, então essa pessoa terá muitas oportunidades de ganhar", assinalou Marchenko nesta sexta-feira, citado pelas agências de notícias russas.

Uma vez selecionados os candidatos, eles devem confirmar por escrito seu interesse ao cargo. Em seguida, são convidados a Washington para serem entrevistados pelo Conselho Executivo do FMI.

Segundo os critérios estabelecidos para a seleção do diretor-gerente em 2007, quando Strauss-Kahn assumiu a chefia em substituição ao espanhol Rodrigo Rato, o eleito deve possuir um histórico "distinto" no terreno econômico e na formulação de políticas.

"Ele ou ela deverá ter uma trajetória econômica de destaque e comprovadas qualidades gerenciais e diplomáticas, necessárias para liderar uma instituição global", indicou então o organismo.

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