Mundo

FMI diz que sem estabilidade revoltas continuarão no Oriente Médio

Dominique Strauss-Kahn defendeu que as revoltas do mundo árabe só terão exito caso consigam reestabelecer a estabilidade macroeconômica da região

Strauss-Kahn: sem estabilidade, haverá novas ondas de revoltas diz ele (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Strauss-Kahn: sem estabilidade, haverá novas ondas de revoltas diz ele (Chung Sung-Jun/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 16h51.

Washington - O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, advertiu nesta sexta-feira que as "revoluções democráticas" no Oriente Médio e no norte da África não terão êxito se não se restaurar "o mais rápido possível" a estabilidade macroeconômica na região.

"Se a revolução árabe está direcionada para se transformar em um marco na história e acho que esse pode ser o caso, têm que ter êxito e isso depende que construam instituições democráticas e organizações trabalhistas", destacou.

"Mas também precisam retornar à estabilidade macroeconômica porque sem ela haverá tensões sociais e uma nova onda de instabilidade política", previu o diretor que afirmou que após a revolução é fácil sucumbir à tentação de querer gastar e recorrer a subsídios "às vezes necessários".

O difícil, insistiu, é fazer a transição de modo que em um ou dois anos não se produza uma forte rejeição ao processo em andamento.

Strauss-Kahn participou nesta sexta-feira de um painel na sede do organismo no qual foi objeto de críticas pelo papel que o Fundo Monetário Internacional (FMI) teve durante décadas na região.

"A forma na qual a comunidade internacional lidou com a injustiça e os ditadores é basicamente um crime. Eram parceiros", afirmou Wael Ghonim, responsável de marketing da Google para o Oriente Médio e o norte da África e o ativista mais proeminente das recentes revoltas na área.

Rashid Khalidi, da Universidade de Columbia, disse que os políticos que durante décadas governaram a região são, junto com as elites da região, os principais responsáveis do ocorrido e precisou, de todos modos, que essas elites se viram "encorajadas e reforçadas" não só pelo respaldo exterior à repressão mas também pelo "apoio ideológico às políticas" que aplicavam e pela vista grossa da comunidade internacional perante a corrupção.

"Somos só uma pequena parte da comunidade internacional", aduziu Strauss-Kahn, que insistiu que o FMI não vai "chamando às portas" dos países na busca de clientes.

Acompanhe tudo sobre:FMIOriente MédioPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia