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Filipinas decretam alerta máximo perante ameaça de vulcão

Vulcão gerou, durante o final de semana, espessas nuvens de cinzas e forçou a evacuação de milhares de pessoas

Vulcão nas Filipinas: erupção pode ocorrer de forma iminente, mas também pode demorar semanas (Raymund Mark Nayve/Reuters)
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EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 10h54.

Manila - As Filipinas estão em alerta máximo pelo vulcão Mayon, que segundo especialistas pode entrar em erupção de maneira iminente após ter gerado, durante o final de semana, espessas nuvens de cinzas e forçar a evacuação de milhares de pessoas.

A agência sismológica da Filipinas (PHIVOLCS) elevou nesta segunda-feira para "crítico" o nível de alerta perante a possibilidade de este vulcão, situado ao leste do arquipélago e a cerca de 350 quilômetros de Manila, expulsar rios de lava sobre populações e campos.

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Mayon teve uma erupção pela primeira vez na tarde de sábado, desprendendo nuvens que causaram uma chuva de cinzas, e o organismo estatal, que no domingo decretou nível 2 ("crescente preocupação"), decidiu aumentá-lo para 3 nas últimas horas.

Depois da primeira erupção ocorreram outras duas, que provocaram 158 desprendimentos de rochas e uma evacuação em massa de mais de mil pessoas em um raio de 6 quilômetros.

Hoje, o raio foi ampliado para 7 quilômetros e o número de evacuados subiu para 12.044 pessoas, informou à Agência Efe a porta-voz do Escritório de Defesa Civil da província de Bicol, Rachel Ann Miranda.

"Tudo indica que vai haver uma erupção mais forte, por isso nos preparamos para diferentes cenários", assegurou a porta-voz, após confirmar que já não restam civis na área de perigo.

A erupção pode ocorrer de forma iminente, mas também pode demorar semanas, por isso as autoridades locais buscam modos de facilitar uma "evacuação a longo prazo" dos residentes hospedados em refúgios temporários ou centros escolares, indicou Miranda.

O próximo passo, assegurou, será "evacuar os animais da zona de perigo com o objetivo de que os residentes não tenham que retornar às aldeias para resgatar o gado".

Segundo o último comunicado da PHIVOLCS, o vulcão "mostra uma relativa alta instabilidade e tem magma na cratera, sendo assim é possível que ocorra uma erupção perigosa em questão de semanas ou inclusive dias".

A agência especificou que a cratera "mostra um resplendor brilhante que indica o crescimento de um novo domo de lava e as primeiras correntes de lava para as ladeiras do lado sul".

Além de decretar a evacuação de pessoas e animais da zona de perigo, as autoridades restringiram o voo de aviões nas imediações.

A atividade do Mayon foi notada na zona através de fortes estrondos e um intenso cheiro de ácido sulfúrico, segundo os testemunhos oferecidos à imprensa pelos residentes das localidades divisórias.

No entanto, hoje o vulcão deixou de desprender cinzas e desapareceu da vista pelo intenso nevoeiro que se misturou com as nuvens de gases que ainda emanam de sua cratera.

A erupção mais potente na história da Filipinas e a segunda maior do mundo no século XX foi a do Pinatubo em junho de 1991, que deixou cerca de 850 mortos e mais de um milhão de afetados, além de gerar uma capa global de ácido sulfúrico que causou danos na atmosfera.

O arquipélago filipino, onde há 23 vulcãos ativos, está localizado sobre uma zona de intensa atividade sísmica inscrita dentro do chamado "Anel de Fogo do Pacífico", que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão, Filipinas e Indonésia.

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