Duterte, o presidente filipino: o representante filipino afirmou que durante o governo anterior foram registrados entre 11 e 16 mil homicídios por ano (Erik De Castro/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de maio de 2017 às 11h08.
Genebra - O governo das Filipinas afirmou nesta segunda-feira na ONU que a "onda de assassinatos" extrajudiciais na guerra contra as drogas é uma invenção de seus críticos, que repetem as informações da imprensa e que, na realidade, o número de mortes violentas anuais diminuiu em comparação com as registradas no Executivo anterior.
Durante a revisão da situação dos direitos humanos nas Filipinas no Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU, o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado do país asiático, Alan Peter Cayetano, afirmou que durante o governo anterior foram registrados entre 11 e 16 mil homicídios por ano.
"Por que não há comparações entre as cifras durante o governo anterior e o atual? Porque alguns críticos e alguns meios mudam a definição de execuções extrajudiciais fazendo a imprensa estrangeira acreditar que há uma repentina onda de assassinatos incentivados pelo governo. Isto é errado", argumentou o legislador.
Organizações de direitos humanos afirmam que pelo menos sete mil supostos dependentes químicos e traficantes de drogas foram assassinados mas Filipinas, com participação ou anuência das forças de segurança, desde meados do ano passado, quando começou a ser aplicada a estratégia de luta contra as drogas do presidente Rodrigo Duterte.
"A campanha social contra as drogas ilícitas procura (...) evitar que o país se converta em um narcoestado", afirmou o senador, que assegurou que Duterte "tem tolerância zero" com os abusos por parte das forças de segurança.
Segundo o parlamentar, há uma "tentativa deliberada de associar todos os homicídios com assassinatos relacionados com a luta contra a criminalidade e as drogas".
Por outro lado, o senador assegurou que o Executivo deu mais recursos aos programas de reabilitação a dependentes químicos, aumentou o número de instituições em todo o país que acolhem essas pessoas e transformou instalações militares em centros de reabilitação.
Isso devido aos 1,2 milhão de usuários de drogas que, segundo o governo, se entregaram às autoridades e estão sendo reabilitados.
Cayetano disse que o governo está disposto a receber os especialistas em direitos humanos da ONU para que "vejam com seus próprios olhos a verdade".
Várias delegações pediram ao governo Filipinas que tomasse medidas contra a impunidade, em particular diante das denúncias de participação de forças públicas de segurança em execuções extrajudiciais.
Além disso, essas delegações pediram que o governo filipino não restabeleça a pena de morte e não realize a redução da maioridade penal de 15 para 9 anos.