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Filho de Pablo Escobar diz que pai é 'bode expiatório'

Segundo seu filho, Escobar, morto há 20 anos, é usado como 'bode expiatório' na Colômbia, e a ele foram atribuídos muitos crimes que de fato não cometeu


	Álbum de figurinhas do traficante Pablo Escobar: de acordo com seu filho, Colômbia usa nome de seu pai como bode expiatório de crimes no país
 (Reprodução)

Álbum de figurinhas do traficante Pablo Escobar: de acordo com seu filho, Colômbia usa nome de seu pai como bode expiatório de crimes no país (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2013 às 16h37.

Viena - O narcotraficante Pablo Escobar, morto há 20 anos, é usado como 'bode expiatório' na Colômbia, e a ele foram atribuídos muitos crimes que de fato não cometeu, afirmou seu filho, Juan Sebastián Marroquín, em entrevista publicada neste domingo no jornal austríaco 'Die Presse'.

'Meu pai é usado na Colômbia como um gigantesco bode expiatório. Atribuíram a ele crimes que foram cometidos por outros', disse o filho, que antes se chamava Juan Pablo Escobar, mas mudou de nome após a morte de seu pai.

Marroquín preferiu não afirmar que Escobar era inocente, mas também não negou sua responsabilidade em muitos crimes. Contudo, insistiu que jogaram no pai mais culpa do que efetivamente tinha.

'Assim é muito fácil. Se ele, o falecido Pablo Escobar, assume a culpa de tudo, já não é preciso continuar falando nem investigando. Assim ficam todos satisfeitos', relatou Marroquín na entrevista.

Sobre os números de assassinatos atribuídos ao seu pai, o empresário têxtil declarou que Escobar foi um personagem contraditório. Ao mesmo tempo em que era muito generoso, também era muito violento. Para o filho, até hoje 'ainda não foi escrita a verdadeira história' do narcotraficante.

'Há muitas teorias, mas nenhuma certeza', acrescentou ele, que destacou que o pai nunca foi condenado em qualquer julgamento.

O filho de Escobar afirmou que todo o mundo se beneficiou na Colômbia do negócio da cocaína na época de seu pai e que ainda hoje 'chega ao país um monte de dinheiro através do tráfico'.


'Muitos participam, embora não de uma forma tão pública como fez meu pai. Todos aprenderam que a discrição é rentável', argumentou.

Marroquín lembrou que sua infância e adolescência foram marcadas pela violência e pela perseguição policial, e insinuou que os militares colombianos pretendiam matá-lo.

Com relação ao debate sobre a legalização das drogas, o filho de Escobar assegurou que a proibição gera violência e um produto de má qualidade faz com que o dano à saúde seja ainda pior.

'Nenhuma droga é boa', atestou Marroquín, embora indique que enquanto exista a proibição um produto de má qualidade, haverá mais rentabilidade para os traficantes.

Marroquín, a última pessoa que falou com Pablo Escobar antes de ser morto pelas forças de segurança em Medellín, lembrou como o pai era 'atento e amoroso'.

Na entrevista publicada no jornal, ele conta que, quando tinha nove anos, Escobar lhe pediu que nunca comprasse drogas com desconhecidos e que se sentisse curiosidade o avisasse para que experimentassem juntos.

'Para mim, as drogas estavam legalizadas na prática. Nunca tive vontade de prová-las', diz.

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