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Fifa e base aliada ajudaram a derrubar Orlando Silva

Crise ultrapassou a fronteira nacional e expôs o governo brasileiro internacionalmente, afirmam cientistas políticos

Participam também da reunião de hoje o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e os líderes do partido na Câmara, Osmar Júnior e no Senado, Inácio Arruda (Valter Campanato/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2011 às 10h43.

São Paulo - A crise envolvendo denúncias de irregularidades no Ministério do Esporte ultrapassou a fronteira nacional e expôs o governo brasileiro internacionalmente, afirmam cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado. Os analistas apontam que, diferentemente dos escândalos que derrubaram outros quatro ministros, o PCdoB teve um tratamento diferenciado no Planalto por ser um aliado histórico do PT. Interesses da Fifa e de partidos da base aliada também colaboraram para inviabilizar o ministro, afirmam os analistas.

"As questões ligadas à pasta (Esporte) não são só de âmbito local. O desgaste ultrapassou o território nacional", observou o cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Marco Antonio Carvalho Teixeira. "Houve um agravamento da situação pela visibilidade da Copa, colocando em dúvida a capacidade do Brasil de fazer o evento com transparência e eficiência", acrescentou o sociólogo Carlos Melo, do Insper. Eles acreditam que, mesmo sabendo dos interesses da Fifa em ver Orlando Silva longe do ministério, a repercussão internacional pesou contra o comunista.

Ao comparar a situação de Orlando Silva com os ministros que já caíram no governo Dilma Rousseff, os cientistas ressaltam que, ao contrário do PR e do PMDB, o PCdoB é uma legenda mais homogênea, onde quem domina o ministério é a sigla e não o titular da pasta, e que os comunistas sempre foram fiéis escudeiros do governo petista. "Houve uma boa vontade com o PCdoB, que é mais que um mero aliado", disse Melo. O sociólogo do Insper vê a ação de partidos da base aliada nos bastidores da derrocada de Orlando Silva da pasta que concentra todas as ações (e recursos) para a Copa de 2014. "Os partidos só estão mais discretos nestas disputas porque a presidente já demonstrou que não gosta da exposição pública", comentou.


Orlando Silva já vinha sofrendo com o fogo cruzado no Planalto desde o início do governo, mas sua saída só foi concretizada após o envolvimento do PCdoB no noticiário negativo. Para Teixeira, enquanto as acusações só pesavam contra Orlando, estava fácil para o PCdoB sair em sua defesa, mas quando a imprensa passou a apontar os vínculos do partido com as irregularidades, a situação tornou-se insustentável para os comunistas. "Não foi só o Orlando que foi exposto, foi o partido", afirmou. "Ele (Orlando) apostou na coesão em torno dele e aguentou enquanto o partido deu suporte. Daí o partido foi convencido de que não dava para ele continuar", emendou.

Para o sociólogo do Insper, a tendência é que a onda de denúncias contra o PCdoB cessem com a troca do ministro do Esporte, possibilitando ao governo mexer o mínimo possível no Ministério. E, como já aconteceu no governo Lula, Aldo Rebelo surge de novo como alternativa para não tirar a pasta das mãos do PCdoB e ainda agradar a presidente Dilma Rousseff, já que o deputado federal não é aliado da CBF de Ricardo Teixeira. "Ele pode minimizar as perdas para o PCdoB", acredita Melo.

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São Paulo - A crise envolvendo denúncias de irregularidades no Ministério do Esporte ultrapassou a fronteira nacional e expôs o governo brasileiro internacionalmente, afirmam cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado. Os analistas apontam que, diferentemente dos escândalos que derrubaram outros quatro ministros, o PCdoB teve um tratamento diferenciado no Planalto por ser um aliado histórico do PT. Interesses da Fifa e de partidos da base aliada também colaboraram para inviabilizar o ministro, afirmam os analistas.

"As questões ligadas à pasta (Esporte) não são só de âmbito local. O desgaste ultrapassou o território nacional", observou o cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Marco Antonio Carvalho Teixeira. "Houve um agravamento da situação pela visibilidade da Copa, colocando em dúvida a capacidade do Brasil de fazer o evento com transparência e eficiência", acrescentou o sociólogo Carlos Melo, do Insper. Eles acreditam que, mesmo sabendo dos interesses da Fifa em ver Orlando Silva longe do ministério, a repercussão internacional pesou contra o comunista.

Ao comparar a situação de Orlando Silva com os ministros que já caíram no governo Dilma Rousseff, os cientistas ressaltam que, ao contrário do PR e do PMDB, o PCdoB é uma legenda mais homogênea, onde quem domina o ministério é a sigla e não o titular da pasta, e que os comunistas sempre foram fiéis escudeiros do governo petista. "Houve uma boa vontade com o PCdoB, que é mais que um mero aliado", disse Melo. O sociólogo do Insper vê a ação de partidos da base aliada nos bastidores da derrocada de Orlando Silva da pasta que concentra todas as ações (e recursos) para a Copa de 2014. "Os partidos só estão mais discretos nestas disputas porque a presidente já demonstrou que não gosta da exposição pública", comentou.


Orlando Silva já vinha sofrendo com o fogo cruzado no Planalto desde o início do governo, mas sua saída só foi concretizada após o envolvimento do PCdoB no noticiário negativo. Para Teixeira, enquanto as acusações só pesavam contra Orlando, estava fácil para o PCdoB sair em sua defesa, mas quando a imprensa passou a apontar os vínculos do partido com as irregularidades, a situação tornou-se insustentável para os comunistas. "Não foi só o Orlando que foi exposto, foi o partido", afirmou. "Ele (Orlando) apostou na coesão em torno dele e aguentou enquanto o partido deu suporte. Daí o partido foi convencido de que não dava para ele continuar", emendou.

Para o sociólogo do Insper, a tendência é que a onda de denúncias contra o PCdoB cessem com a troca do ministro do Esporte, possibilitando ao governo mexer o mínimo possível no Ministério. E, como já aconteceu no governo Lula, Aldo Rebelo surge de novo como alternativa para não tirar a pasta das mãos do PCdoB e ainda agradar a presidente Dilma Rousseff, já que o deputado federal não é aliado da CBF de Ricardo Teixeira. "Ele pode minimizar as perdas para o PCdoB", acredita Melo.

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