Fidel Castro culpa Otan pela morte de Kadafi
O ex-presidente cubano denunciou que a organização armou os homens que assassinaram o ex-ditador líbio
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 11h18.
Havana - O ex-presidente cubano Fidel Castro chamou a Otan de 'genocida' nesta segunda-feira e denunciou que esta organização armou os homens que assassinaram Muammar Kadafi na Líbia.
Kadafi 'foi gravemente ferido pelos mais modernos caças-bombardeiros da Otan que interceptaram e inutilizaram seu veículo, capturado ainda vivo e assassinado pelos homens que essa organização militar armou' escreveu Fidel em artigo publicado nesta segunda-feira pela imprensa oficial com o título 'O papel genocida da Otan'.
O líder da revolução cubana, de 85 anos, denunciou que o corpo de Kadafi foi 'sequestrado e exibido como troféu de guerra, uma conduta que viola os mais elementares princípios das normas muçulmanas e outras crenças religiosas'.
Para Fidel Castro, a Otan, chamada por ele de 'brutal aliança militar', se tornou 'o mais traiçoeiro instrumento de repressão que a história da humanidade conheceu' e que a instituição assumiu esse papel quando a União Soviética deixou de existir, 'que serviu de pretexto aos Estados Unidos para criá-la', além de lembrar o discurso da organização em 1999 na guerra do Kosovo.
'A administração americana, aconselhada pelo Governo direitista espanhol de José María Aznar, atacou as emissoras de televisão da Sérvia, as pontes sobre o rio Danúbio e Belgrado, a capital desse país', lembrou Fidel Castro, ressaltando também que o presidente sérvio Slobodan Milosevic, 'morreu estranhamente na prisão'.
O Governo de Cuba, que em setembro anunciou que não reconhecia o Conselho Nacional de Transição (CNT) nem nenhuma autoridade provisória na Líbia, não se pronunciou sobre a morte de Kadafi. O artigo que Fidel Castro publicou nesta segunda-feira é a primeira reação de alto nível na ilha sobre o assunto.
Fidel dedicou entre fevereiro e abril nove 'Reflexões' sobre o conflito líbio, conforme lembrou nesta segunda-feira o líder cubano, que já naqueles meses tinha considerado 'nazifascista' o ataque da Otan à Líbia.
Em outro artigo, publicado em março, o líder cubano disse que não compartilhava concepções políticas ou religiosas com Kadafi, mas ressaltou que a Líbia é membro do Movimento de Países Não Alinhados e um Estado soberano da ONU.
Fidel Castro anunciou nesta segunda-feira que dedicará mais artigos a 'estes importantes e significativos fatos' nos próximos dias.
Após quase meio século à frente de Cuba, Fidel Castro se afastou do poder em 2006 por uma grave doença e delegou todos os seus cargos a seu irmão Raúl, que assumiu definitivamente a presidência da ilha em fevereiro de 2008. EFE
Havana - O ex-presidente cubano Fidel Castro chamou a Otan de 'genocida' nesta segunda-feira e denunciou que esta organização armou os homens que assassinaram Muammar Kadafi na Líbia.
Kadafi 'foi gravemente ferido pelos mais modernos caças-bombardeiros da Otan que interceptaram e inutilizaram seu veículo, capturado ainda vivo e assassinado pelos homens que essa organização militar armou' escreveu Fidel em artigo publicado nesta segunda-feira pela imprensa oficial com o título 'O papel genocida da Otan'.
O líder da revolução cubana, de 85 anos, denunciou que o corpo de Kadafi foi 'sequestrado e exibido como troféu de guerra, uma conduta que viola os mais elementares princípios das normas muçulmanas e outras crenças religiosas'.
Para Fidel Castro, a Otan, chamada por ele de 'brutal aliança militar', se tornou 'o mais traiçoeiro instrumento de repressão que a história da humanidade conheceu' e que a instituição assumiu esse papel quando a União Soviética deixou de existir, 'que serviu de pretexto aos Estados Unidos para criá-la', além de lembrar o discurso da organização em 1999 na guerra do Kosovo.
'A administração americana, aconselhada pelo Governo direitista espanhol de José María Aznar, atacou as emissoras de televisão da Sérvia, as pontes sobre o rio Danúbio e Belgrado, a capital desse país', lembrou Fidel Castro, ressaltando também que o presidente sérvio Slobodan Milosevic, 'morreu estranhamente na prisão'.
O Governo de Cuba, que em setembro anunciou que não reconhecia o Conselho Nacional de Transição (CNT) nem nenhuma autoridade provisória na Líbia, não se pronunciou sobre a morte de Kadafi. O artigo que Fidel Castro publicou nesta segunda-feira é a primeira reação de alto nível na ilha sobre o assunto.
Fidel dedicou entre fevereiro e abril nove 'Reflexões' sobre o conflito líbio, conforme lembrou nesta segunda-feira o líder cubano, que já naqueles meses tinha considerado 'nazifascista' o ataque da Otan à Líbia.
Em outro artigo, publicado em março, o líder cubano disse que não compartilhava concepções políticas ou religiosas com Kadafi, mas ressaltou que a Líbia é membro do Movimento de Países Não Alinhados e um Estado soberano da ONU.
Fidel Castro anunciou nesta segunda-feira que dedicará mais artigos a 'estes importantes e significativos fatos' nos próximos dias.
Após quase meio século à frente de Cuba, Fidel Castro se afastou do poder em 2006 por uma grave doença e delegou todos os seus cargos a seu irmão Raúl, que assumiu definitivamente a presidência da ilha em fevereiro de 2008. EFE