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Fed descarta mudar política monetária

Banco Central americano disse estar atento ao aumento das matérias primas, mas acredita que recuperação do país deve continuar

Sede do Fed: recuperação americana deve continuar (AFP/Arquivo Karen Bleier/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2011 às 16h11.

Nova York - A economia dos EUA ainda não cresce o suficiente para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mude sua política monetária, mas é importante prestar atenção no encarecimento das matérias-primas, explicou nesta segunda-feira o presidente do organismo em Nova York, William Dudley.

"Todos os membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) sabem que fazer a inflação se assentar é um jogo perdido, com grandes custos e poucos benefícios, se é que tem algum", assegurou nesta segunda-feira Dudley em uma conferência na Universidade de Nova York.

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O presidente do Fed de Nova York explicou que a situação atual da economia americana é melhor que a de seis meses atrás, já que oferece "mais sinais de vida" graças à recuperação das entidades financeiras e às perspectivas "consideravelmente brilhantes".

"Um amplo leque de indicadores mostra melhoras" e a atual política monetária e fiscal permitiu, segundo Dudley, que os produtos e serviços dos EUA ficassem mais atraentes no exterior, o que aumentou a demanda.

No entanto, considerou que tudo isso não é motivo suficiente para renunciar aos estímulos monetários aplicados através de compra de dívida e advertiu que o maior problema agora é subestimar os perigos da inflação: "Devemos ter cuidado para não sermos muito otimistas", disse.

"Ninguém no Fomc está disposto a ver com bons olhos um avanço sustentado nem das expectativas de inflação nem da própria inflação", insistiu Dudley, que também é vice-presidente do comitê, que se encarrega de supervisionar a compra e venda de dívida por parte do Fed nas operações de mercado aberto.

Dudley assegurou que o banco central americano não mudará sua política até que a recuperação econômica seja muito mais forte, apesar de "a inflação básica estar se estabilizando" e das expectativas estarem "bem fixadas".

Em sua opinião, o maior problema é a inflação das matérias-primas, que cresce "rapidamente", mas também seria "pouco inteligente reagir em excesso", já que as últimas altas parecem ser temporárias.

Em relação ao mercado de trabalho, o presidente do Fed de Nova York considerou que o ritmo de novas contratações vai aumentar nos próximos meses, embora ainda fique muito trabalho a ser feito.

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