Mundo

Farc libertam mais dois reféns na Colômbia

A entrega dos dois faz parte de um processo que deve concluir até domingo, com a libertação de um total cinco pessoas capturadas.

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 21h44.

Florencia - O vereador Armando Acuña e o fuzileiro naval Henry López, reféns libertados pela guerrilha colombiana das Farc, desembarcaram nesta sexta-feira no aeroporto de Florencia (600 km ao sul de Bogotá), acompanhados da missão humanitária, anunciou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

A entrega dos dois faz parte de um processo que deve concluir até domingo, com a libertação de um total cinco pessoas capturadas.

Em suas primeiras declarações, Acuña fez um apelo à unidade para promover a paz e a reconciliação no país. Chegou a hora de dialogar", disse.

Segundo ele, a troca de reféns por guerrilheiros presos seria um primeiro passo no compromisso de acabar com os sequestros como arma política.

"Não podemos aceitar com indiferença que a guerra faça parte de nossa vida", acrescentou.

Acuña, de 48 anos, casado e paie de três filhos, chegou a Florencia pouco antes das 16H00 locais (19H00 de Brasília) vestido de terno e gravata.

Com ele veio também o fuzileiro Henry López, de 25 anos e pai de um menino de ano e meio.

Ambos viajam agora a Bogotá, onde a família os aguarda.

"Ele me disse que estava bem", declarou anteriormente à televisão City TV a esposa de Armando Acuña, Nubia Segura, após ter conversado com o marido por telefone.

O político e o militar foram resgatados por missão humanitária composta por dois delegados do CICV e pela mediadora colombiana Piedad Cordoba, que seguiu em helicóptero da Força Aérea Brasileira às 08h30 (11h30 de Brasília) para um destino, mantido em segredo.

As Farc já haviam libertado unilateralmente, na quarta-feira, um outro vereador, Marcos Baquero. Preveem também entregar domingo um policial e um cabo do exército.

Estes reféns são os primeiros libertados pela guerrilha desde que assumiu o poder o ex-ministro da Defesa (2006-2009) Juan Manuel Santos, que acedeu à presidência, em agosto de 2010.

A guerrilha das Farc, criada em 1964 e ativa em cerca da metade do território colombiano, ainda mantém 18 reféns que ela qualifica de "prisioneiros políticos". São policiais e militares que pretende trocar por seus combatentes presos.

Uma centena de civis estariam detidos por esta guerrilha e a do ELN (Exército de Libertação Nacional) segundo as autoridades colombianas.

Durante a semana, Piedad Cordoba, ex-senadora do Partido Liberal (centro-esquerda), que contribuíra, antes, com a libertação de 15 reféns, como mediadora, havia deixado entender que a soltura do conjunto de "prisioneiros políticos" poderia ocorrer até o mês de julho, despertando a esperança de um diálogo de paz.

No entanto, na quinta-feira, o presidente colombiano Juan Manuel Santos revelou que esteve a ponto de "suspender", a operação de libertação de Marcos Baquero, na quarta-feira, após informado do sequestro de dois empregados de uma fábrica de papelão pela guerrilha. O fato aconteceu horas antes da soltura de Baquero.

"É totalmente inaceitável que as Farc libertem uma parte dos reféns, apresentando isto como um gesto de generosidade, e de outra capturem outras pessoas", declarou o chefe de Estado.

"Exigimos a libertação de todos os reféns e rejeitamos esta moral dupla", denunciou Santos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaseguranca-digital

Mais de Mundo

ONU afirma que Venezuela restringe liberdades à medida que eleições se aproximam

Milhares de pessoas são retiradas por incêndio fora de controle na Califórnia; veja fotos

Eleições na Venezuela: campanha começa em meio a crise gerada pelo furacão Beryl

Ausência de Milei na reunião do Mercosul ’é lamentável', diz secretária do Itamaraty

Mais na Exame