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Farc admitem que afetaram civis e assumirão responsabilidade

As Farc admitiram que suas ações afetaram a população civil, e reiterou que assumirão a responsabilidade junto às vítimas

Combatentes das Farc, na Colômbia: "as Farc assumirão a responsabilidade que lhe concerne", diz o grupo (ALEJANDRA PARRA / Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 12h58.

Havana - As Farc admitiram nesta sexta-feira em Havana que suas ações afetaram a população civil ao longo do conflito na Colômbia , apesar de ela não ter sido "alvo principal nem secundário" desta guerrilha, a qual reiterou que assumirá a responsabilidade que lhe concerne junto às vítimas.

"Estamos conscientes de que nem sempre os resultados de nossas ações foram os previstos ou esperados, e assumimos suas consequências como não pode ser de outra maneira. As Farc assumirão a responsabilidade que lhe concerne", informou o grupo em comunicado divulgado pela equipe de paz da guerrilha.

A declaração, lida pelo guerrilheiro "Pablo Atrato" para a imprensa, sustenta que "é evidente" que como guerrilha as Farc "intervieram de maneira ativa" e "impactaram o adversário e de alguma maneira afetaram a população que viveu imersa na guerra".

No mesmo texto as Farc explicaram que, nos casos em que seus guerrilheiros descumpriram as normas e causaram "danos intencionais" a civis, foram adotadas "medidas sancionadoras" contra os responsáveis.

"Tornamo-nos expressamente responsáveis por todos e cada um dos atos de guerra executados por nossas unidades, conforme as ordens e instruções dadas por nosso comando e assumimos suas derivações", disse a guerrilha.

Com este pronunciamento, os negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desenvolveram hoje o conjunto de "propostas mínimas" que apresentaram à imprensa nas últimas semanas, a propósito da discussão do tema das vítimas do conflito nos diálogos de paz.

O Governo colombiano e as Farc iniciaram em agosto a discussão desse assunto, quarto ponto abordado pela mesa após fecharem pré-acordos nos temas de terras, participação política e drogas ilícitas.

O processo de paz colombiano completará dois anos em novembro próximo e tem sede permanente em Havana.

A inflação na Colômbia fechou os últimos 12 meses até abril em 2,72% - um dos menores números da história do país. Aqui no Brasil, a alta dos preços está acumulada em 6,37% - perigosamente próxima do teto da meta estabelecida pelo governo.
  • 2. Acordo de livre-comércio com os EUA

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    Assinado em 2006, o acordo de livre-comércio entre Colômbia e Estados Unidos só foi ser ratificado pelo legislativo americano em 2011 para entrar em vigor em 2012 - e já trouxe um aumento do fluxo entre os países. O Brasil segue focado no Mercosul, que negocia com a União Europeia um acordo que já ficou para, no mínimo, 2015.
  • 3. Criminalidade em queda

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  • Conhecida como centro mundial do tráfico de drogas e do crime organizado nos anos 80 e 90, a Colômbia conseguiu reduzir sua taxa de homicídios pela metade na década passada e enfraquecer as Farc a ponto de tornar iminente um acordo de paz. O país ainda é mais violento que o Brasil, mas aqui as taxas continuam aumentando.
  • 4. Um vencedor do Nobel

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    Nascido na Colômbia, onde passou grande parte da sua vida, o escritor e jornalista Gabriel García Marquéz morreu de câncer aos 87 anos no México. Conhecido como um dos ícones do realismo fantástico por obras já clássicas como "Cem Anos de Solidão" e "O Amor nos Tempos do Cólera", ele recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1982.
  • 5. Uma capital que é exemplo em urbanismo

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    Brasília é um ícone arquitetônico mundial, mas seu projeto urbanístico é polêmico - para dizer o mínimo. Já Bogotá é conhecida por inovações como o sistema de ônibus Transmilênio, criado pela gestão de Enrique Peñalosa, e por seus mais de 340 km de ciclovias.
  • 6. Uma popstar internacional

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    A cantora colombiana de 37 anos que vai cantar com Ivete Sangalo na festa de encerramento da Copa conseguiu algo raro para artistas latinos: conquistar o mainstream da música pop mundial. Depois que começou a cantar em inglês, ela emplacou o maior hit de 2002 ("Whenever, Wherever") e se tornou uma das artistas femininas de maior sucesso da história, com mais de 60 milhões de discos vendidos.
  • 7 /7(REUTERS/Kai Pfaffenbach)

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