Faixa no Parlamento Europeu condenando o Brasil por rejeitar extradição de Battisti (AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2011 às 00h47.
Estrasburgo - Um grupo de pessoas apareceu, nesta quarta-feira, numa sessão do Parlamento Europeu à qual assistiam parlamentares brasileiros, com cartazes denunciando a negativa do país de extraditar o ex-militante radical italiano Cesare Battisti.
O incidente aconteceu quando o presidente da sessão, o britânico Edward McMillan-Scott, anunciou a presença de uma delegação brasileira na sala. De imediato foram mostrados cartazes com fotos das vítimas que a justiça italiana atribui a Battisti.
"Justiça para as vítimas de Battisti", dizia um cartaz, escrito em inglês. "Battisti assassino", proclamava outra.
"Podem retirar esses pôsteres, por favor?", limitou-se a pedir McMillian-Scott. Os serviços de segurança começaram, então, num clima muito agitado, a rasgar os cartazes.
"Quem é o deputado responsável pelo incidente?", perguntou o parlamentar conservador alemão Elmar Brok, em referência ao fato de que só se admite no recinto pessoas especialmente convidadas por um ou vários deputados.
O presidente da sessão afirmou que os serviços da presidência do Parlamento vão esclarecer o assunto.
Battisti foi condenado na Itália, em 1993, à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando participava de um grupo armado. O ex-militante, que sempre negou as acusações, foi detido no Rio de Janeiro em 2007 e permaneceu preso até 9 de junho, quando a Corte Suprema brasileira rejeitou um recurso de extradição apresentado pela Itália.
Vários deputados italianos expressaram nesse momento sua indignação e prometeram que o Parlamento Europeu comunicaria às autoridades brasileiras sua "reação indignada".