Tonéis em uma vinícula na Argentina: exportações aumentaram 12% em 2010 (Divulgação/Viagem e Turismo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 13h11.
Buenos Aires - As exportações de vinhos da Argentina aos Estados Unidos conseguiram superar, em 2010, as do Chile graças à taxa de câmbio e ao posicionamento da uva Malbec no exterior, confirmaram nesta terça-feira fontes oficiais.
No ano passado, a Argentina exportou vinhos aos EUA no valor de US$ 222 milhões, US$ 12 milhões a mais que as efetuadas pelo Chile, precisou um relatório do setor vinícola publicado pela imprensa portenha.
Deste modo, a Argentina deslocou o Chile do quarto posto na classificação de maiores exportadores de vinhos para o mercado americano.
As vendas de vinhos argentinos ao exterior alcançaram, em 2010, um número recorde ao superar os US$ 860 milhões no total, o que significa um aumento de 12% em relação a 2009, quando a Argentina teve uma colheita ruim.
Porta-vozes do Instituto Nacional de Viticultura confirmaram à Agência Efe a vantagem da Argentina sobre o Chile nas vendas aos EUA, o que deixou os exportadores argentinos na quarta posição, atrás de Itália, França e Austrália.
"É uma boa notícia, mas nada mais que isso. O importante é que, em uma conjuntura adversa, a Argentina seguiu crescendo, e isso é muito importante", sustentou o gerente de Adegas da Argentina, Juan Carlos Pina, ao jornal "Clarín".
Para José Zuccardi, proprietário da adega Zuccardi, "a crise nos EUA fez com que as pessoas deixassem de consumir vinhos europeus" e buscassem "outras opções", nas quais entram as uvas argentinas Malbec, que nos últimos anos se transformou em uma locomotiva do crescimento das exportações de vinho argentino.
"Também é importante ter consciência da desfavorável situação cambial do Chile com relação ao dólar", comentou Ángel Vespa, presidente de Adegas da Argentina.
Em novembro, o Governo argentino declarou o vinho como "bebida nacional", em reconhecimento a uma indústria que alcançou um faturamento anual de 10,5 bilhões de pesos e no qual trabalham 400 mil pessoas.
O setor conseguiu reverter sua situação de 2009, quando precisou importar vinho do Chile por causa da fraca colheita devido aos fatores climáticos adversos.
A Argentina é o quinto produtor mundial de vinhos, o nono exportador em nível global e ocupa o sétimo lugar em consumo per capita de vinho em nível mundial, com 30 litros anuais por pessoa, embora longe da média de 90 litros que o país sul-americano tinha há 40 anos.
Segundo dados oficiais, 77% da produção argentina é destinada ao consumo doméstico e o restante à exportação.