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Exploração sexual de mulher é perfil do tráfico na América do Sul

No total, 57% das vítimas são destinadas à exploração sexual - em sua quase totalidade mulheres

Mulher: o tráfico humano consiste em transferir e reter uma pessoa pela força ou coerção (Getty Images)

Mulher: o tráfico humano consiste em transferir e reter uma pessoa pela força ou coerção (Getty Images)

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EFE

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 14h37.

Viena - A maioria das vítimas de tráfico na América do Sul são mulheres e meninas - 74% do total- e seu destino costuma ser a exploração sexual, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) divulgado nesta quarta-feira em Viena.

No total, 57% das vítimas são destinadas à exploração sexual - em sua quase totalidade mulheres- e 29% ao trabalho forçado - em grande parte homens-, afirma o Relatório Global sobre Tráfico Humano 2016.

O tráfico humano consiste em transferir e reter uma pessoa pela força ou coerção, a fim de explorá-la, não só com fins trabalhistas ou sexuais, mas também para mendigar ou, inclusive, para o tráfico de órgãos e os casamentos forçados.

A maioria dos condenados -63%- por este crime são homens e, em grande parte, da mesma nacionalidade do país no qual foram processados.

Os dados da ONU se baseiam na informação de 5,8 mil vítimas registradas na América do Sul entre 2012 e 2016, e o relatório reconhece que é só "a ponta do iceberg" porque parte destes crimes não são detectados.

Este é o resumo da situação na América do Sul que é definida como "uma moderna forma de escravidão", mas existem grandes variações em função dos países.

A maior parte dos casos de tráfico ilícito de pessoas ocorre dentro do país ou da região sul-americana, seguindo um padrão universal, desde zonas mais pobres a outras mais ricas.

Outra das características deste tipo de crime é a alta presença de menores, 40%, em grande parte meninas.

Existem grandes diferenças: assim, por exemplo, o documento afirma que o tráfico de menores é majoritária em países andinos como Equador, Peru e Bolívia, enquanto os adultos são as vítimas mais frequentes na Argentina, Chile e Uruguai.

Também pelo tipo de exploração existem variações. Desta forma, enquanto no Chile e na Bolívia a maioria das vítimas é destinada a trabalhos forçados, na Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai é mais comuns os abusos sexuais.

Na Argentina e na Venezuela foi detectado o mesmo número de pessoas destinadas à exploração sexual que a laboral.

Embora os homens costumem ser a maioria das vítimas desses trabalhos forçados, foram detectadas também vários casos de mulheres exploradas em tarefas domésticas.

O relatório detalha que duas vítimas, procedentes da Bolívia e Peru, caíram neste tipo de exploração na Argentina e Venezuela depois que foram captadas com promessas falsas de educação e oportunidades.

Outra das características regionais destacadas pela ONU é que uma elevada porção das vítimas acabam exploradas em outras tarefas fora da dois mais frequentes: abusos sexuais e trabalhos forçados.

Assim, 4% das vítimas detectadas entre 2012 e 2014 estavam destinadas a adoções ilegais e 2,5% a filmar material pornográfico.

Além disso foi detectado, em menor número, casos de tráfico para mendicidade e para casamentos forçados.

Embora existem várias rotas de trata e tendências, a ONU afirma que, em termos gerais, países como a Argentina, Chile e Uruguai são o destino deste tipo de crime, enquanto que Paraguai, Bolívia, Colômbia e Guiana são origem.

A maioria das vítimas de fora da região - 10% do total- procedem do Caribe, da República Dominicana, Cuba ou Haiti, lembra o relatório.

Por fim, 2% das vítimas estrangeiras detectadas na América do Norte e 3% registradas na Europa Ocidental procedem da América do Sul.

Nas América Central, 5% das vítimas procedem do sul do continente.

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