Exércitos de China e EUA dialogam apesar de tensão na Coreia
General do exército americano visita Pequim para desenvolver relações militares e intercâmbios frente à tensão crescente na Península da Coreia
EFE
Publicado em 16 de agosto de 2017 às 09h44.
Pequim - O general Joseph Dunford, chefe do Estado Maior dos Estados Unidos , manteve um encontro em Pequim com seu equivalente chinês, Fang Fenghui, no qual ambas as partes chegaram a um acordo para desenvolver relações militares e intercâmbios frente à tensão crescente na Península da Coreia , informou nesta quarta-feira a imprensa oficial do país asiático.
Dunford, que hoje visitará uma base militar e assistirá a manobras do exército chinês, manteve ontem este encontro com o general Fang, no qual os dois chefes militares também assinaram um acordo para criar um novo mecanismo de comunicação entre as duas forças armadas.
Com esse mecanismo, os dois países pretendem "reduzir os mal-entendidos e melhorar a gestão de riscos no crescentemente complexo clima geopolítico da Ásia", segundo o jornal "China Daily".
Além da crise norte-coreana, a China mantém conflitos marítimos com vizinhos como Japão, Filipinas e Vietnã, nos quais os EUA pressionaram contra as reivindicações de Pequim.
Essas tensões, bem como a questão taiwanesa e o conflito na Coreia do Norte por seus testes nucleares e balísticos, foram alguns dos principais temas na agenda das conversas, destacou hoje o "China Daily".
Fang enfatizou no encontro que a cooperação "é a única opção adequada para China e EUA" e assegurou que ambos os países têm potencial para serem bons aliados no campo militar.
A visita de Dunford faz parte de uma viagem pela Ásia Oriental que começou no início desta semana na Coreia do Sul e prosseguirá com uma parada no Japão. O militar é o cargo de mais alta categoria que viaja para a China desde a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA.
A viagem de Dunford acontece pouco depois que as trocas de ameaças entre Trump e o regime norte-coreano fizeram a comunidade internacional temer por um conflito bélico entre EUA e Coreia do Norte.
A visita também ocorre uma semana antes de EUA e Coreia do Sul realizarem manobras militares conjuntas que podem causar a ira da Coreia do Norte e desatar uma nova onda de ameaças belicistas.
A China é um aliado tradicional da Coreia do Norte, mas votou em favor do último pacote de sanções contra o regime de Kim Jong-un no Conselho de Segurança da ONU, e reiterou seu compromisso com essas resoluções proibindo a partir de ontem qualquer importação de carvão, ferro, chumbo e peixes do país vizinho.