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Exército e separatistas voltam a se enfrentar na Ucrânia

Novos combates entre as forças ucranianas e os separatistas ocorriam hoje às portas de Donetsk, o principal reduto dos insurgentes


	Fumaça sai de prédio na Ucrânia: de maneira regular, eram ouvidas explosões na região
 (Sergei Karpukhin/Reuters)

Fumaça sai de prédio na Ucrânia: de maneira regular, eram ouvidas explosões na região (Sergei Karpukhin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 14h13.

Donetsk - Novos combates entre as forças ucranianas e os separatistas ocorriam nesta terça-feira às portas de Donetsk, o principal reduto dos insurgentes.

De maneira regular, eram ouvidas explosões provenientes de Marinka, na periferia sudoeste da cidade, onde era possível ver colunas de fumaça, constatou um jornalista da AFP.

A prefeitura indicou que os tiros de morteiro lançados durante toda a noite danificaram uma estação elétrica em um bairro de Donetsk próximo a Marinka, deixando sem eletricidade 50 prédios residenciais, e que um artefato explosivo feriu oito separatistas em pleno centro da cidade na noite de segunda-feira.

Os combates se intensificaram há alguns dias nos arredores de Donetsk, a maior cidade da bacia mineradora de Donbass, o que aumenta os temores de um ataque.

Na capital, um porta-voz militar confirmou que as forças ucranianas haviam se aproximado dos bairros periféricos de Donetsk e do outro reduto separatista, Lugansk.

"Isso não quer dizer que esteja ocorrendo um ataque, no momento trata-se de preparar a libertação da cidade", indicou Andri Lysenko à imprensa.

A estratégia desenvolvida até agora por Kiev consiste em confinar os insurgentes de Donetsk até que seus recursos se esgotem, com o objetivo de isolá-los da fronteira russa, por onde as autoridades ucranianas e os ocidentais garantem que transitam os combatentes e as armas que motivaram as sanções econômicas sem precedentes introduzidas contra a Rússia.

Livres para fugir

O Estado-Maior ucraniano convocou na segunda-feira os civis a fugirem das zonas rebeldes e delimitou corredores humanitários em Donetsk, pedindo aos insurgentes que respeitem o cessar-fogo.

"Não deteremos ninguém, todos são livres para fugir", afirmou um insurgente em uma destas artérias, onde a AFP viu vários veículos transportando sobretudo idosos. Grande parte da população civil já saiu da cidade.

A preocupação pelo destino dos civis cresce, principalmente em Lugansk.

A ONG Human Rights Watch critica os separatistas por terem ocupado hospitais e tomado ambulâncias e medicamentos, impedindo que os civis recebam cuidados e violando as normas humanitárias em vigor em tempos de guerra.

Também se mostrou preocupada e pediu investigações sobre os tiros de artilharia, aparentemente procedentes das forças ucranianas, que atingiram cinco hospitais no leste da Ucrânia desde junho.

A operação lançada há quatro meses por Kiev para colocar fim à insurreição armada pró-russa já deixou mais de 1.100 mortos, segundo a ONU, e se intensificou nas últimas semanas.

45.000 soldados russos na fronteira

A Rússia lançou na segunda-feira manobras militares envolvendo mais de 100 aviões de combate na fronteira, o que, segundo Washington, só aumenta a tensão.

A diplomacia americana também afirmou ter novas provas de que a Rússia "abastece de armas e material os separatistas e os treina".

O porta-voz ucraniano Lysenko denunciou nesta terça-feira as violações do espaço aéreo ucraniano por helicópteros militares russos, e tiros de artilharia contra as tropas ucranianas a partir de território russo. Segundo ele, 45.000 soldados russos estão concentrados na fronteira ucraniana.

O fosso aberto entre os ocidentais e Moscou após a anexação da Crimeia à Rússia se agravou ainda mais com a insurreição no leste da Ucrânia e a queda do voo MH17 da companhia Malaysia Airlines por um míssil na zona rebelde no dia 17 de julho.

No total, 110 especialistas retomaram nesta terça-feira as operações de busca dos restos humanos das 298 vítimas da tragédia.

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