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Exército do Egito anuncia: Mursi não é mais presidente

Governo de transição será instalado e novas eleições convocadas

Manifestantes contrários ao presidente Mohamed Mursi se reúnem nesta quarta-feira na praça Tahrir (Steve Crisp / Reuters)

Manifestantes contrários ao presidente Mohamed Mursi se reúnem nesta quarta-feira na praça Tahrir (Steve Crisp / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 18h18.

São Paulo – Acabou o prazo que o presidente do Egito, Mohamed Mursi, tinha para resolver a crise política no país. Como consequência, o chefe do exército egípcio, general al-Sisi, acaba de fazer um comunicado público sobre os próximos passos.

Como era previsto, a constituição foi suspensa e Mursi não é mais o presidente do Egito. Segundo al-Sisi, um governo de transição será instituído e novas eleições presidenciais serão convocadas no país.

As possibilidades de um golpe militar vinha se desenhando desde o início da semana, quando o exército deu um ultimato: Mursi precisaria resolver a crise em 48 horas. O prazo venceu hoje.

Líderes do exército passaram a manhã toda reunidos para decidir o que aconteceria com o país.

Durante o dia, um oficial do governo assumiu pela primeira vez a possibilidade de um golpe. Essam el-Haddad, conselheiro para assuntos internacionais da presidência, publicou uma carta aberta em sua página no Facebook. Enquanto escrevo essas linhas, estou completamente ciente de que elas podem ser as últimas que publico nesta página. Pelo Egito e para futuro conhecimento histórico, vamos chamar o que está acontecendo pelo nome real: golpe militar, escreveu.

Governo

O Egito, um país que convivia com a ditadura, terá agora sua segunda eleição direta com pouco mais de um ano de diferença. Mursi completou no último final de semana o primeiro ano de seu mandato. Venceu as eleições com pouco mais da metade dos votos, o que mostrou uma clara divisão do país na época do pleito.

A divisão se mostra clara novamente. De um lado, manifestantes que apoiam o agora ex-presidente. De outro, manifestantes que acusam Mursi de não ter cuidado da segurança do país nem de ter trabalhado para reerguer a economia do país.

A Praça Tahrir, principal palco das movimentações que, em 2011, derrubaram Hosni Mubarak, hospeda agora os manifestantes que pediram a renúncia de Mursi. O clima, como em 2011, é agora de comemoração entre esses manifestantes.

A ONtv está transmitindo a reação do público ao vivo:

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*Última atualização: 16h30

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