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Exército de Israel inicia invasão por terra contra Hezbollah no sul do Líbano

Na tarde desta segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel havia declarado aos EUA que planejava uma 'operação de campo limitada' ao Líbano

Israel vs Hezbollah: FDI invade sul do Líbano por terra (Jalaa MAREY/AFP)
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 30 de setembro de 2024 às 20h34.

Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 21h20.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma operação por terra contra o Hezbollah,no território do Líbano, na madrugada desta terça-feira, 1º (noite de segunda-feira, 30, no horário de Brasília). De acordo com o Exército israelense, os ataques são direcionados somente ao grupo extremista. A invasão acontece apenas alguns dias após Israel matar o líder do grupo armado libanês, Hassan Nasrallah, em uma escalada das tensões regionais.

A justificativa dos militares israelenses recai sobre as invasões do Hezbollah em áreas próximas à fronteira de Israel que, segundo o FDI, representavam uma "ameaça imediata". Segundo a Reuters, os ataques ocorreram nos subúrbios de Beirut. Uma série de explosões ocorreu cerca de uma hora depois do exército israelense alertar os moradores do sul da capital libanesa para evacuar áreas próximas a edifícios que, segundo eles, continham infraestrutura do Hezbollah.

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De acordo com fontes do exército libanês ouvidas pela Reuters, as tropas do Líbano chegaram a recuar cerca de cinco quilômetros de posições ao longo da fronteira. 95 pessoas foram mortas e 172 ficaram feridas nos ataques feitos no sul do Líbano, no Vale do Bekaa oriental e em Beirute durante as últimas 24 horas, segundo o ministério da Saúde do Líbano, ouvido pela agência de notícias internacional.

Na tarde desta segunda-feira, em mensagem aos Estados Unidos, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant , declarou que planejava uma "operação de campo limitada" no Líbano, que poderia começar a qualquer momento, conforme as informações do The Washington Post. Gallant escreveu em sua rede social que o objetivo israelense é acabar com o Hezbollah para garantir o retorno dos moradores do norte de Israel. “Juntamente com os combatentes da 188ª Brigada na fronteira norte, as forças estão prontas e preparadas para atacar o Hezbollah com força”.

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Entenda o conflito entre Israel e Líbano

O exército de Israel faz uma grande operação desde a semana passada contra o Hezbollah. A ação começou com uma explosão coordenada de pagers e rádios de comunicação usados pelo grupo e avançou para bombardeios quase diários. No sábado, 28,um destes ataques matou Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Quase toda a cadeia de comando do grupo foi dizimada nos últimos dias, o que tem dificultado a resposta do grupo.

O Hezbollah e Israel vivem uma situação de conflito desde os anos 1980. Em outubro do ano passado, o grupo extremista passou a fazer ataques com mísseis a Israel, como represália pela invasão de Israel da Faixa de Gaza, após o grupo palestino Hamas fazer um ataque contra Israel. Com isso, mais de 60 mil israelenses no norte do país tiveram de deixar suas casas.

A operação atual de Israel contra o Hezbollah diz ter como objetivos permitir que essas pessoas desalojadas retornem para suas casas.

O grupo armado foi criado para lutar contra a ocupação israelense do Líbano, que durou até 2000. A última grande guerra terrestre no Líbano ocorreu em julho de 2006, quando o Hezbollah cruzou a fronteira para Israel em um ataque surpresa perto da vila libanesa de Ayta ash-Shaab. O grupo capturou e matou todos os soldados israelenses, o que resultou em uma guerra de cinco semanas. As forças de defesa de Israel atravessaram a fronteira no Sul perseguindo membros do grupo extremistas com tanques e veículos blindados.

O que é o grupo Hezbollah?

Apoiado pelo Irã, o grupo libanês Hezbollah é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e o Conselho de Cooperação do Golfo.

Inimigo jurado de Israel, o grupo armado enfrentou uma guerra contra o país em 2006. Ela durou pouco mais de um mês e deixou cerca de 1.200 mortos no Líbano e 160 em solo israelense.

Agora, após o ataque na Fazenda Shebaa e o comunicado em apoio aos bombardeiros de sábado, o Hezbollah reafirma sua aliança ao Hamas.

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