Local de ataque terrorista conduzido pelo grupo Boko Haram em Maiduguri, Nigéria (Ola Lanre/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 7 de maio de 2018 às 15h39.
Última atualização em 7 de maio de 2018 às 15h58.
São Paulo – O Exército da Nigéria anunciou o resgate de ao menos mil pessoas que haviam sido sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram na província de Borno, que fica no noroeste do país, na fronteira com Camarões, Chade e Níger. A informação foi divulgada pelos militares nas redes sociais.
ARMY RESCUES OVER 1000 BOKO HARAM CAPTIVES
Troops of 22 Brigade deployed in operation LAFIYA DOLE has rescued over 1000 hostages from the Boko Haram Terrorists enclave.
— Nigerian Army (@HQNigerianArmy) May 7, 2018
Os agora ex-reféns do grupo terrorista eram em sua maioria mulheres e crianças. Há, ainda, jovens do sexo masculino que seriam forçados a se tornar soldados do Boko Haram.
JUST IN: Over 1000 Boko Haram Captives Freed https://t.co/WjzyQXzD0N pic.twitter.com/s0mKdOdpL0
— NTA News (@NTANewsNow) May 7, 2018
A operação foi conduzida em quatro vilarejos de Borno, mas não foram fornecidos detalhes sobre quando, efetivamente, o resgate aconteceu. Os soldados nigerianos contaram, ainda, com a ajuda da Força Conjunta Multinacional, missão militar composta por Benin, Chade, Níger, Camarões e Nigéria e que tem como objetivo combater os terroristas.
O grupo extremista fortaleceu a sua atuação na região nos últimos anos e é conhecido por realizar sequestros massivos como o que ocorreu em 2014 no vilarejo de Chibok. Na ocasião, combatentes invadiram uma escola de meninas, raptando ao menos 276. Embora o exército nigeriano tenha conseguido libertar algumas das reféns, ao menos 100 seguem em cativeiro.
A violência que o Boko Haram espalhou por Borno, região na qual luta para estabelecer um califado islâmico, é inegável. Desde 2013, o grupo matou ao menos 20 mil pessoas, sequestrou mais de mil crianças e provocou o deslocamento forçado de cerca de 2 milhões de pessoas, segundo levantamento da Unicef.
Os militantes do grupo, que jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI) e está em insurgência desde há quase uma década, são ainda responsáveis por uma série de ataques terroristas em diferentes regiões da Nigéria e nos países vizinhos Níger e Camarões. Apenas em 2018, o Boko Haram executou 42 atentados que deixaram 325 mortos.