O ex-presidente Donald Trump está com 48% das intenções de voto no Arizona, e a vice-presidente Kamala Harris soma 47%, mostra uma pesquisa exclusiva da EXAME e do Instituto Ideia. Arizona é um dos estados decisivos para a eleição presidencial dos Estados Unidos em 2024, e os números mostram uma situação de empate técnico.

O estudo ouviu 1.042 americanos no Arizona, entre os dias 25 e 26 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais. Esta é a segunda de uma série de sete pesquisas exclusivas em estados decisivos para as eleições americanas que serão publicadas pela EXAME até o próximo domingo.

O Arizona é responsável por 11 das 538 cadeiras em jogo no Colégio Eleitoral, que decide a eleição presidencial.

Na segunda, 28, a primeira parte da pesquisa apontou uma situação similar em Nevada, com 48% dos votos para Trump e 47% para Kamala.

Num levantamento anterior, o Ideia mostrou que Kamala tem 60% de intenção de voto entre brasileiros aptos a votar nos Estados Unidos.

A pesquisa no Arizona mostra que Trump tem maioria entre os homens (54%) e Kamala, entre as mulheres (54%).

Outros dados repetem o padrão de Nevada, estado vizinho. No Arizona, o republicano tem mais apoio entre pessoas sem nível universitário (63%), e a democrata é favorita entre os que se graduaram (58%). Ela vai bem entre o eleitorado afro-americano (76% de preferência), enquanto ele tem maioria entre os brancos (62%).

O Ideia perguntou ainda quem os entrevistados acham que vai vencer a eleição. Metade (50%) acha que Trump deve ganhar no Arizona, e 48% acreditam em vitória democrata. Na pergunta sobre quem deve ganhar a eleição no país todo, há empate, com 49% para cada um.

Há uma divisão entre eleitores de áreas urbanas do Arizona (54% deles dizem esperar vitória de Kamala) e rurais (54% acham que Trump vence).

Veja aqui mais dados da pesquisa (em PDF).

Disputa pelo Senado

O instituto também questionou os eleitores sobre a eleição ao Senado. Entre os entrevistados, 49% disseram que pretendem votar no democrata Ruben Gallego e 46% afirmaram que votarão na republicana Kari Lake.

Gallego, 44, é deputado federal pelo Arizona desde 2015. Ele nasceu em Chicago, filho de mãe colombiana e pai mexicano. Foi fuzileiro naval, lutou no Iraque e depois se formou em relações internacionais na Universidade Harvard.

Lake, 55, é uma ex-apresentadora de telejornais na Fox em Phoenix que se filiou ao Partido Republicano. Ela disputou o governo do Arizona em 2022, mas perdeu por 17 mil votos. A candidata não reconheceu a derrota e tentou questionar o resultado, sem sucesso.

O Senado dos EUA tem atualmente maioria democrata, com 51 senadores (incluindo três independentes). Os republicanos somam 49 assentos. Assim, apenas uma ou duas disputas poderão mudar o controle da Casa.

Por que o Arizona importa

No sistema eleitoral americano, a votação é indireta. Assim, o voto popular não escolhe o novo presidente, mas sim o Colégio Eleitoral. O candidato que vence em um estado conquista todos os votos dos delegados daquele estado no Colégio Eleitoral (a regra vale em 48 dos 50 estados). Assim, a disputa presidencial é feita estado a estado.

Na maioria dos 50 estados, as pesquisas já indicam um vencedor claro. No entanto, em sete deles, chamados de estados decisivos (Swing States, em inglês), a disputa está em aberto, e será preciso vencer ali para conquistar a Presidência. Arizona é um deles.

O Arizona vem se comportando como um Swing State na última década. Houve vitórias republicanas ali de 2000 a 2016, mas o democrata Joe Biden venceu ali em 2020, com apenas 0,3 ponto percentual de vantagem. O placar foi de 49,4% a 49,1%.

Pesquisas exclusivas da EXAME

A EXAME e o Instituto Ideia divulgam nesta semana uma série de pesquisas exclusivas sobre as eleições nos Estados Unidos, nos sete estados-chave que vão decidir a disputa.

Veja a seguir o calendário de divulgação dos próximos estados.

Segunda-feira (28/10) - Nevada
Terça-feira (29/10) - Arizona
Quarta-feira (30/10)  - Geórgia
Quinta-feira (31/10) - Carolina do Norte
Sexta-feira (1/11) - Michigan
Sábado (2/11) - Wisconsin
Domingo (3/11) - Pensilvânia

A EXAME faz uma cobertura extensa das eleições americanas desde janeiro, quando foi lançado o programa O Caminho para a Casa Branca, disponível no YouTube e no Spotify. A equipe da EXAME também esteve presente nas convenções dos partidos, em julho e agosto, e fez reportagens em estados-chave para a disputa, como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.

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