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Eleições nos EUA: O que acontece se houver empate no Colégio Eleitoral?

Disputa apertada entre Kamala Harris e Donald Trump aumenta a chance de uma situação assim ocorrer

Os candidatos Donald Trump e Kamala Harris, durante debate em setembro (Saul Loeb/AFP)

Os candidatos Donald Trump e Kamala Harris, durante debate em setembro (Saul Loeb/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 16h53.

Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 17h30.

A eleição presidencial dos Estados Unidos é decidida de fato pelo Colégio Eleitoral, um grupo de 538 delegados. Como este é um número par, há uma chance de empate, o que traria uma situação rara, mas prevista pelas leis americanas.

Como a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump está muito apertada, segundo as pesquisas, esta possibilidade de empate, embora remota, existe.

Em caso de empate, a Câmara dos Representantes fará uma votação para eleger o presidente, em que a delegação de cada estado tem direito a um voto, somando 50 votos.

Assim, na prática, os estados com maioria de deputados republicanos votariam em Trump, e os democratas, em Kamala. "Neste cenário, Trump seria eleito, porque os republicanos têm maioria em mais estados", diz Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington, no programa O Caminho para a Casa Branca. Assista ao corte abaixo:

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Segundo o site 270towin, os republicanos têm maioria em 26 estados, os democratas em 22 e há dois em que há empate entre o número de deputados dos dois partidos.

Caso haja empate de 25 a 25, novas votações serão feitas, até que haja a vitória de um candidato.

Na situação de um empate se manter até o meio-dia de 20 de janeiro, quando começa o mandato do novo presidente, o atual vice-presidente assume o cargo até que a Câmara consiga romper o empate.

Nesta situação, atualmente, a vice-presidente Kamala Harris assumiria o cargo, mesmo ela própria sendo uma das candidatas na disputa.

Os delegados precisam seguir o voto popular?

Esta votação extra da Câmara seria feita depois de 6 de janeiro de 2025, dia em que o Congresso se reúne para contar e certificar os votos enviados pelos delegados.

Não há uma reunião nacional dos delegados para votar. Eles se encontrarão nos estados em 17 de dezembro para entregar seus votos, de forma escrita, que depois são enviados ao Congresso.

Em metade dos estados, há leis que exigem que os delegados sigam a vontade popular. Ou seja: se a maioria dos eleitores daquele estado ou região vota por um candidato, os delegados precisam dar seus votos no Colégio Eleitoral para aquele candidato. Já na outra metade, não há uma lei que obrigue isso, mas é tradição que os delegados respeitem a preferência dos eleitores.

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