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Ex-refém do Talibã é julgado por agressão sexual no Canadá

Joshua Boyle, de 34 anos, enfrenta acusações por agressão sexual, confinamento ilegal, ameaças de morte, entre outros delitos

Canadá: todos os feitos do suspeito teriam ocorrido depois de sua volta ao país (Ingram Publishing/Thinkstock)

Canadá: todos os feitos do suspeito teriam ocorrido depois de sua volta ao país (Ingram Publishing/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 17h03.

Um canadense que ficou em cativeiro de talibãs afegãos durante cinco anos se apresentou brevemente a um tribunal de Ottawa nesta quarta-feira (3).

Joshua Boyle, de 34 anos, enfrenta acusações por agressão sexual, confinamento ilegal, ameaças de morte, entre outros delitos.

O canadense apareceu durante menos de cinco minutos por videoconferência na audiência, descrita por seu advogado, Eric Granger, como um procedimento "puramente administrativo". A próxima audiência foi marcada para 8 de janeiro.

Boyle e a americana Caitlan Coleman, casados desde 2011, foram sequestrados por talibãs depois chegarem ao Afeganistão em 2012, e foram entregues à rede aliada Haqqani. Sua libertação ocorreu em outubro de 2017, assim como a de seus três filhos, de entre seis meses e quatro anos.

O homem enfrenta 15 acusações, incluindo oito por agressão, duas por agressão sexual e duas por confinamento ilegal.

As outras versam sobre ameaças de morte, forçar uma pessoa a consumir uma substância "perigosa" - considerada um antidepressivo -, e mentir para a Polícia. Todos os feitos teriam ocorrido depois de sua volta ao Canadá.

Em uma declaração ao jornal Toronto Star, Caitlan Coleman, sem chegar a precisar se foi a vítima das agressões, disse que esses atos se deviam "à tensão e ao trauma" gerado pelo sequestro de seu marido e "os efeitos" desse drama "em seu estado mental".

Libertados em 12 de outubro no Paquistão, a família Boyle preferiu não embarcar em um avião do Exército dos Estados Unidos e evitar passar pelo território desse país.

Desde sua chegada ao aeroporto de Toronto, em 14 de outubro, Boyle acusou os talibãs de terem assassinado uma menina nascida em cativeiro e estuprado sua esposa.

Esses feitos foram desmentidos pelos talibãs, segundo os quais careciam "de fundamento".

Joshua Boyle defendeu durante um longo tempo Omar Khadr, um canadense capturado em 2002 no Afeganistão, quando tinha 15 anos, e levado à base de Guantánamo, onde passou bastante tempo, antes de ser transferido ao Canadá e ser libertado.

Boyle inclusive já foi casado com Zaynab Khadr, irmã de Omar.

A família Boyle foi resgatada pelas Forças Armadas paquistanesas, que agiram depois de receber uma informação da Inteligência americana.

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