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Ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez morre aos 80 anos

Presidente do país por dois mandatos, Tabaré Vázquez enfrentava um câncer no pulmão e morreu em decorrência da doença, segundo a família

Tabaré Vázquez: "Quero ser lembrado como um presidente sério e responsável", disse ele no programa 'El Legado', do Canal 10, transmitido no dia 29 de novembro, no qual fez um balanço de sua vida (Andres Stapff/Reuters)

Tabaré Vázquez: "Quero ser lembrado como um presidente sério e responsável", disse ele no programa 'El Legado', do Canal 10, transmitido no dia 29 de novembro, no qual fez um balanço de sua vida (Andres Stapff/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 09h28.

Última atualização em 6 de dezembro de 2020 às 09h41.

O ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez (2005-2010 e 2015-2020) faleceu na madrugada deste domingo (6) aos 80 anos, em decorrência de um câncer de pulmão, informou sua família.

"Com profunda dor, comunicamos o falecimento de nosso amado pai" às três da manhã "por causas naturais de sua doença oncológica", informou em um comunicado seus filhos Álvaro, Javier e Ignacio Vázquez.

No Twitter, Álvaro Vázquez, oncologista de profissão como seu pai, indicou que "enquanto descansava em casa, acompanhado por alguns familiares e amigos, por causa de sua doença, Tabaré faleceu".
"Em nome da família, queremos agradecer a todos os uruguaios pelo carinho recebido por ele ao longo de tantos anos", acrescentou.

O presidente Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (centro-direita), que recebeu a faixa presidencial das mãos de Vázquez em 1º de março, disse no Twitter que seu antecessor "enfrentou sua última batalha com coragem e serenidade".

"Tivemos momentos de diálogo pessoal e político que valorizo e lembrarei. Ele serviu a seu país e com base no esforço obteve importantes conquistas. Foi o presidente dos uruguaios. O país está de luto. Descanse em paz, Presidente Tabaré Vázquez", acrescentou.

"Tenho esperança e desejo de poder colocar a faixa presidencial no próximo presidente da República", havia dito Vázquez em 27 de outubro de 2019, ao votar nas eleições após ser diagnosticado em agosto com câncer e perder sua esposa María Auxiliadora Delgado, falecida em julho, com quem compartilhou mais de 50 anos.

"Quero ser lembrado como um presidente sério e responsável", disse ele no programa 'El Legado', do Canal 10, transmitido no dia 29 de novembro, no qual fez um balanço de sua vida.

Tabaré Vázquez, um oncologista e ex-dirigente do clube de futebol local Progreso, foi o primeiro candidato da coalizão de esquerda Frente Amplio (FA) a se tornar prefeito de Montevidéu em 1989, e chegar à presidência - após duas tentativas frustradas - em 2005, quebrando com a hegemonia dos tradicionais Partido Colorado e do Partido Nacional.

A FA também comunicou no Twitter "com profunda dor" a morte de seu "presidente honorário, Tabaré Vázquez".

"Seu exemplo de integridade política e compromisso inabalável com nosso país e com o povo nos levará a continuar seu legado", enfatizou.

O secretário da Presidência, Álvaro Delgado, ofereceu "o nosso respeito institucional e pessoal a um líder e Governante que fez história, sempre zelando pelos valores da democracia. Os nossos cumprimentos à sua família e à @Frente_Amplio neste momento de dor".

Os familiares de Vázquez indicaram que, devido aos protocolos para a pandemia de coronavírus, decidiram "não realizar um velório".

"Seus filhos e netos vão se despedir em uma cerimônia privada e íntima", explicaram.
Às 13h00 um cortejo fúnebre partirá da Esplanada da Administração Municipal de Montevidéu, no centro da capital, para o Cemitério La Teja, bairro do ex-presidente, onde será sepultado em cerimônia íntima.

"Instamos a população a nos acompanhar nesses atos desde suas casas por meio de cobertura jornalística", pediram seus familiares.

Da mesma forma, solicitaram "veementemente aos que optarem por saudar pessoalmente a procissão que o façam desde as calçadas, evitando aglomerações, mantendo distância física, usando máscaras faciais e tomando todas as medidas sanitárias estabelecidas pelas autoridades competentes".

A FA indicou, por sua vez, que "o cortejo vai parar quarteirões antes de chegar ao cemitério" e que se despedirá "soando as buzinas sem sair dos veículos".

E pediu aos uruguaios que às 21h00 "abram as portas e janelas das casas e coloquem o texto de Mario Benedetti, musicado por Joan Manuel Serrat, Defender la Alegría (https://www.youtube.com/watch? v = 1FY43hUjIIo) e, em seguida, aplaudam por 5 minutos".

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