Ex-presidente da Federação de Ginástica dos EUA é detido em caso de abuso
Os abusos sexuais sofridos por mais de 300 meninas aconteceram no centro de treinamento Karolyi Ranch, nos arredores da cidade texana de Huntsville
EFE
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 17h34.
Austin - O ex-presidente da Federação de Ginástica dos Estados Unidos , Steve Penny, foi detido sob acusação de manipular e eliminar possíveis provas das denúncias de abusos sexuais contra o ex-médico da seleção americana Larry Nassar.
O dirigente está preso em Gatlinburg, no estado do Tennessee, e deve ser transferido para o condado de Walker, no Texas, onde o caso é julgado.
Os abusos sexuais sofridos por mais de 300 meninas aconteceram no centro de treinamento Karolyi Ranch, as instalações oficiais que a federação tem nos arredores da cidade texana de Huntsville.
A acusação oficial, feita há três semanas por um grande júri, alega que Penny ordenou a eliminação dos documentos do local, com o objetivo de "impedir a investigação em curso".
Em comunicado, as autoridades afirmam que os documentos foram entregues posteriormente ao presidente na sede central da Federação de Ginástica, em Indianápolis (Indiana) e que estão "desaparecidos".
Por sua vez, a advogada de Penny, Edith Matthai, disse em entrevista à emissora de televisão "CNN" que o dirigente estava de férias com a família no Tennessee e não sabia que tinha recebido uma acusação formal.
Se for declarado culpado pelo crime de obstrução de justiça, o acusado pode ser condenado a uma pena de até 10 anos de prisão, além de ter que pagar uma multa de até US$ 10 mil.
Larry Nassar, que era o médico da seleção de ginástica dos EUA, foi condenado em Michigan no início do ano a uma pena de 40 a 175 anos de prisão por abuso de menores, embora já estivesse cumprindo uma sentença de 55 anos por pornografia infantil em uma prisão da Flórida.
A decisão foi tomada depois do testemunho de mais de 150 meninas e mulheres, incluindo medalhistas olímpicas, que sofreram estas agressões. Segundo a investigação do caso, 332 atletas foram assediadas pelo médico.
A Universidade do Estado de Michigan, onde Nassar trabalhou durante décadas, concordou em pagar US$ 500 milhões em indenizações para as vítimas.