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Ex-premiê francês se considera vítima de "calúnia"

Tanto Fillon como a esposa, investigados pela justiça desde a semana passada, enfrentam a possibilidade de serem acusados de desvio de recursos públicos

Fillon: nunca foi montada "uma operação tão ampla e profissional para tentar eliminar um candidato sem ser democraticamente", destacou (Christian Hartmann/Reuters)

Fillon: nunca foi montada "uma operação tão ampla e profissional para tentar eliminar um candidato sem ser democraticamente", destacou (Christian Hartmann/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 18h18.

Paris - O candidato presidencial da direita francesa, François Fillon, se considerou nesta terça-feira vítima de uma operação caluniosa "sem precedentes" nas últimas décadas, mas garantiu que está "sereno e confiante" na investigação que afeta ele e sua esposa.

"É uma operação de calúnia muito profissional, de uma tremenda amplitude, sem precedentes na Quinta República (desde 1958), a menos de três meses das eleições" presidenciais na França, disse Fillon em um encontro com empreendedores.

O candidato do partido Os Republicanos fez estas afirmações após a revista "Le Canard enchaîné" ter revelado nesta terça-feira remunerações mais altas que as já divulgadas em dois empregos supostamente fictícios desempenhados por sua esposa, Penelope, um deles como assistente parlamentar de Fillon.

Nunca foi montada "uma operação tão ampla e profissional para tentar eliminar um candidato sem ser democraticamente", destacou Fillon, que foi primeiro-ministro entre 2007 e 2012.

Tanto Fillon como a esposa, investigados pela justiça desde a semana passada, enfrentam a possibilidade de serem acusados de desvio de recursos públicos, abuso de bens sociais e receptação.

Fillon, de 62 anos, já anunciou que se for considerado culpado desistirá da disputa pela presidência da França, cujas eleições serap realizadas em 23 de abril (primeiro turno) e 7 de maio (segundo turno).

Embora Fillon tenha negado que o trabalho da esposa fosse fictício, o respaldo a sua candidatura diminuiu, tendência que pode ser aproveitada pela ultradireitista Marine le Pen e pelo social-liberal Emmanuel Macron.

Le Pen também enfrenta uma situação difícil. O Parlamento Europeu exige que ela devolva 340 mil euros por considerar que os utilizou indevidamente para remunerar dois integrantes do partido, que trabalhavam na sede da Frente Nacional e não como assistentes parlamentares vinculados ao cargo de eurodeputada.

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