Ignazio Marino: o ex-prefeito negou a utilização de dinheiro público para despesas pessoais (Stefano Rellandini/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 17h53.
Roma - O ex-prefeito de Roma, Ignazio Marino, foi condenado nesta quinta-feira a dois anos de prisão por utilizar recursos públicos da prefeitura para pagar uma série de jantares de caráter pessoal, informou a imprensa italiana.
O Tribunal de Apelação de Roma decidiu que Marino cometeu o crime de improbidade administrativa e o condenou a dois anos de prisão.
Durante o julgamento, Marino reiterou sua inocência, negou a utilização de dinheiro público para despesas pessoais e afirmou que doou 10 mil euros de seu salário em 2014 à prefeitura, um montante do qual nunca pediu reembolso.
O escândalo explodiu depois que Marino publicou no site da prefeitura uma série de faturas de jantares de representação, com valores entre 250 e 100 euros, de restaurantes de dentro e fora de Roma.
Segundo o jornal italiano "Corriere della Sera", Marino acumulou 56 faturas entre 2013 e 2015 que, somadas, chegam a cerca de 12 mil euros.
Uma delas foi justificada como um almoço com integrantes da Comunidade de Sant'Egidio, mas a associação católica negou ter participado do encontro, o que deu início a uma investigação por parte da promotoria sobre a possível malversação de recursos públicos.
Marino, do Partido Democrata (social-democrata), esteve envolvido em uma série de polêmicas nos meses anteriores, por isso, foi obrigado a renunciar de seu cargo após este escândalo.
Na época, Roma nomeou Francesco Paolo Tronca como comissário extraordinário - funcionário de governo no sistema jurídico italiano designado para lidar com tarefas urgentes ou extraordinárias - e permaneceu no cargo até a realização das eleições municipais em junho de 2016, nas quais foi eleita a atual prefeita, Virginia Raggi, do Movimento Cinco Estrelas.