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Ex-ministra da Saúde da Holanda é encontrada morta

Os policiais não acreditam que ela tenha morrido de causas naturais


	Amsterdã, na Holanda: ministra defendia eutanásia em seu país e no exterior como uma medida humanitária, apesar dos protestos e das críticas de grupos religiosos
 (Divulgação)

Amsterdã, na Holanda: ministra defendia eutanásia em seu país e no exterior como uma medida humanitária, apesar dos protestos e das críticas de grupos religiosos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 14h43.

Amsterdã - A polícia da Holanda informou que Els Borst, ex-ministra da Saúde que elaborou a lei de 2002 que permite a eutanásia no país, foi encontrada morta na garagem de sua casa.

Os policiais não acreditam que ela tenha morrido de causas naturais. Em comunicado, a polícia de Utrecht diz que Borst, de 81 anos, foi encontrada por um amigo na noite de segunda-feira.

Após um inquérito inconclusivo, a polícia enviou seu corpo para autópsia com o objetivo de determinar a causa da morte. A polícia acha que ela morreu vítima de "uma acidente ou de um crime". Sua casa em Bilthoven, um subúrbio de Utrecht, foi isolada nesta terça-feira e investigadores eram vistos trabalhando no interior do imóvel.

Borst foi vista bastante animada no sábado, durante um evento de seu partido, o centrista D66. Ela foi uma das mulheres mais importantes da política holandesa nas últimas décadas.

Médica acadêmica, foi ministra da Saúde entre 1994 e 2002. Uma das primeiras mulheres a chegar a um alto cargo político, tinha o título de "ministra de Estado", um dos vários passaportes diplomáticos que confere ao detentor a possibilidade de representar o país no exterior.

A lei de eutanásia da Holanda, que codificou uma prática de longa data, permite a prática quando um doente terminal requisita a ação, está em sofrimento insuportável e sem chance de recuperação. Dois médicos devem concordar para que a prática seja permitida.

Borst defendia a política em seu país e no exterior como uma medida humanitária, apesar dos protestos e das críticas de grupos religiosos. "Eu espero que outros governo encontrem coragem para seguir o exemplo", disse ela em 2001, após a câmara baixa do Parlamento ter aprovado a lei.

O primeiro-ministro Mark Rutte elogiou Borst na terça-feira como "uma profissional inteligente, com pontos de vista claros e estudados e que manteve suas posições". "Ela conquistou as pessoas por sua abertura, mansidão e honestidade", disse o premiê.

No ano passado, quando tentava evitar uma epidemia de sarampo no cinturão calvinista holandês, ela escreveu um artigo no jornal Algemeen Dagblad pedindo aos pastores e paroquianos que se vacinassem. "Se tudo é vontade de Deus, a invenção da vacina também é, assim como o cinto de segurança", escreveu ela.

Em entrevista ao jornal NRC em 2001, Borst reconheceu que não se opunha, em princípio, a uma pílula que servisse para o suicídio de "pessoas muito idosas, para quem a vida acabou". Mas afirmou que "temos de ter uma ampla discussão em toda a sociedade sobre esta questão". A ex-ministra deixa três filhos. Fonte: Associated Press.

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