Mundo

Ex-general sérvio-bósnio pega prisão perpétua por massacre

Os magistrados consideraram que Tolimir tinha "consciência e compartilhava" os objetivos das forças sérvias-bósnias de exterminar a população muçulmana da Bósnia

Ex general Zdravko Tolimir: desde seu estabelecimento, o TPII acusou 161 pessoas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade (REUTERS)

Ex general Zdravko Tolimir: desde seu estabelecimento, o TPII acusou 161 pessoas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 16h41.

Haia - O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) condenou à prisão perpétua, nesta quarta-feira, o ex-general sérvio-bósnio Zdravko Tolimir, que foi mão direita do ex-líder militar Ratko Mladic, pelos crimes de guerra e genocídio cometidos em massacres como o de Srebrenica, em 1995.

Os magistrados consideraram que Tolimir tinha "consciência e compartilhava" os objetivos das forças sérvias-bósnias de Mladic de exterminar a população muçulmana da Bósnia, por isso que foi considerado "culpado" por genocídio, segundo sentença ditada pelo alemão Christoph Flügge.

O ex-chefe de segurança e de inteligência de Mladic foi considerado "culpado" também pelos crimes de "conspiração para cometer genocídio" em Srebrenica, onde morreram "pelo menos 6 mil muçulmanos homens, entre eles crianças", segundo o juiz, embora outras fontes falam de cerca de 8 mil vítimas.

O juiz estimou que "o sofrimento destes homens até a morte foi insuportável, vendo, antes de serem executados, outras pessoas morrendo", além de considerar que foi um massacre "em grande escala, grave em sua intensidade e devastador em seus efeitos".

Tolimir também foi considerado culpado de genocídio pela morte de muçulmanos no enclave bósnio de Zepa, onde as forças sérvias-bósnias mataram os três principais líderes muçulmanos, e pelos crimes de extermínio, perseguição, atos desumanos e assassinatos.

"A perseguição dos civis muçulmanos de Zepa, a destruição de suas casas e mesquitas,fez com que a população desse enclave não pudesse ser reconstruída", indica a sentença.

A única acusação da qual foi absolvido foi a de deportação, embora isso não tenha afetado no tamanho da pena, que acabou sendo a mesma que foi pedida pela Promotoria durante suas alegações finais.


Tolimir, de 64 anos, se benzeu antes de escutar a pena e durante a leitura, balançou a cabeça.

Com agravantes, os juízes consideraram "que o acusado tinha uma posição central nas forças sérvias-bósnias, com um envolvimento ativo".

Para os juízes, Tolimir compartilhava com as forças sérvias-bósnias "a determinação de destruir a população muçulmana", que causou um "sofrimento insuportável" às mulheres e aos filhos das vítimas.

Segundo a decisão judicial, o ex-general "sabia da intenção de genocídio" contra os muçulmanos da Bósnia e desempenhou um papel de "coordenação" das operações desenvolvidas pelo Exército sérvio-bósnio em 1995 com esse fim.

Após sua chegada a Haia em maio de 2007, Tolimir se declarou inocente das acusações, embora seu julgamento não tenha sido iniciado até fevereiro de 2010 devido a seu estado de saúde, já que se negava a tomar remédios que eram fornecidos pelos médicos da Corte.

Desde seu estabelecimento, o TPII acusou 161 pessoas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, supostamente cometidos no território da antiga Iugoslávia.

Entre os jugalmentes restantes se destacam os dos líderes sérvios-bósnios Radovan Karadzic e Ratko Mladic, acusados também por responsabilidade no massacre de Srebrenica.

Acompanhe tudo sobre:EuropaMassacresPrisõesSérvia

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA