Mundo

Ex-ditador argentino é condenado por rapto de bebês

Jorge Videla também recebeu uma de prisão perpétua por crimes contra a humanidade

Ex-ditador argentino Jorge Videla escutou, sem demonstrar qualquer reação, o anúncio de sua pena (Wikimedia Commons)

Ex-ditador argentino Jorge Videla escutou, sem demonstrar qualquer reação, o anúncio de sua pena (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2012 às 21h31.

Buenos Aires - O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla foi condenado nesta quinta-feira a 50 anos de prisão por rapto de bebês como parte de um plano sistemático executado durante o último governo militar na Argentina (1976-1983).

A justiça do país considerou provados seus crimes contra a humanidade ''por meio da prática sistemática e generalizada de subtração, retenção e ocultação de crianças menores de 10 anos'' no contexto de um ''plano geral de aniquilação'' contra parte da população civil com o argumento de acabar com a ''subversão'' durante a ditadura militar.

Considerado um processo ''emblemático'' pelas organizações de Direitos Humanos, o julgamento começou com uma denúncia das Avós da Praça de Maio e envolveu mais de 30 casos.

Além de Videla, sentaram-se no banco dos réus o também ex-ditador Reynaldo Bignone, condenado a 15 anos, Antonio Vañek, almirante reformado condenado a 40 anos, o ex-capitão de fragata Jorge Eduardo Acosta, sentenciado a 30, e o ex-general Omar Riveros, a 20, entre outros repressores da ditadura militar.

Sentado na primeira fila, Videla escutou, sem demonstrar qualquer reação, o anúncio de sua pena, que se soma a uma de prisão perpétua também por crimes contra a humanidade em seu período à frente do governo argentino.

Segundo estimativas de organizações humanitárias, 105 crianças que foram raptadas durante a ditadura recuperaram suas identidades, embora ainda haja mais de 400 denúncias pendentes por casos similares.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCrimeDitaduraJustiça

Mais de Mundo

Kamala Harris pede que apoiadores parem de pedir prisão de Trump

Venezuela: Brasil, Colômbia e México decidem manter posição de insistir em atas eleitorais

Biden diz 'não estar confiante' de transição pacífica de poder se Trump perder eleição contra Kamala

Manifestantes antirracistas tomam as ruas do Reino Unido após ameaça de protestos da extrema direita

Mais na Exame