Mundo

Ex-chefe militar eleito presidente do Timor Leste

A eleição presidencial foi a segunda desde a independência, ocorrida em maio de 2002

Depois de várias décadas de violência, os habitantes da percela oriental de Timor foram às urnas na esperança de uma paz duradoura na hora de eleger o sucessor de Ramos-Horta (Dimas Ardian/Getty Images)

Depois de várias décadas de violência, os habitantes da percela oriental de Timor foram às urnas na esperança de uma paz duradoura na hora de eleger o sucessor de Ramos-Horta (Dimas Ardian/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 09h03.

Díli - O ex-comandante das Forças Armadas Taur Matan Ruak foi eleito nesta segunda-feira presidente do Timor Leste, e terá pela frente a tarefa de dirigir esta jovem nação asiática devastada por décadas de conflitos e da qual os capacetes azuis da ONU se retirarão no fim do ano.

Taur Matan Ruak obteve 61,23% dos votos no segundo turno da eleição, realizado nesta segunda-feira. O ex-presidente do Parlamento Francisco Guterres, conhecido como "Lu Olo", recebeu 38,77% de votos. A participação foi de 73%.

O atual presidente e prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, ficou na terceira posição no primeiro turno e não disputou as eleições de segunda-feira.

Depois de várias décadas de violência, os habitantes da percela oriental de Timor foram às urnas na esperança de uma paz duradoura na hora de eleger o sucessor de Ramos-Horta.

A eleição presidencial, seguida das legislativas de 7 de julho, foi a segunda desde a independência, ocorrida em maio de 2002, deste minúsculo país de 1,1 milhão de habitantes, em sua maioria católicos.

Ruak e Guterres viveram durante anos na selva, no comando da guerrilha contra as tropas indonésias que invadiram o país depois da retirada da potência colonial portuguesa, em 1975. Mais de um quarto da população foi dizimado no conflito até 1999.

Taur Matan Ruak, conhecido como "TMR", um nome de guerra que significa "olhos penetrantes", foi comandante das Forças de Defesa de Timor Leste (Falintil), o braço armado da Fretilin.

Desde então, jamais deixou de vestir o uniforme, liderando as Forças Armadas até 2011. E foi vestido de militar que este general de 55 anos fez campanha, prometendo instaurar o serviço militar.

As Nações Unidas recomendaram em um relatório que TMR fosse acusado por um suposto tráfico de armas durante os episódios de violência de 2006, quando Timor esteve à beira da guerra civil.

Apoiado pelo CNRT, o partido de centro-esquerda do atual primeiro-ministro Xanana Gusmão, Taur Matan Ruak não foi afetado pelas acusações de corrupção contra o governo: a ministra da Justiça foi recentemente suspensa após a abertura de uma investigação contra ela.

"Lu Olo", de 57 anos, era apoiado pelo agora partido Frente Revolucionária de Timor Leste, que mantém algum prestígio entre a população por ter comandado os combates contra os indonésios.

Acompanhe tudo sobre:DemocraciaEleiçõesPolítica

Mais de Mundo

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia