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Ex-altos funcionários dos EUA se unem contra veto de Trump

Documento reúne vários ex-altos funcionários de segurança, que sustentam que o veto de Trump pode "pôr em perigo as tropas dos Estados Unidos"

John Kerry: a Corte de Apelações do Nono Distrito está revisando o caso (Francois Lenoir/Reuters)

John Kerry: a Corte de Apelações do Nono Distrito está revisando o caso (Francois Lenoir/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 14h08.

Washington - Dois ex-secretários de Estado dos Estados Unidos, John Kerry e Madeleine Albright, e vários ex-altos funcionários de segurança nacional advertiram contra o veto migratório do presidente Donald Trump, temporariamente suspenso, em uma declaração perante a corte de apelações que está revisando o caso.

Trata-se da Corte de Apelações do Nono Distrito, com sede em San Francisco (Califórnia), que se negou a restaurar de forma imediata o decreto migratório de Trump, bloqueado desde a última sexta-feira.

Em um documento apresentado de madrugada perante essa corte, Kerry, Madeleine e vários ex-altos funcionários de segurança do governo do ex-presidente Barack Obama, entre eles Leon Panetta, ex-chefe da CIA e do Pentágono, sustentam que o veto de Trump pode "pôr em perigo as tropas dos Estados Unidos".

Além disso, argumentam que a ordem assinada por Trump no dia 27 de janeiro prejudicará alianças vitais com outros países para a luta antiterrorista e ajudará os esforços de propaganda do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), "alimentando a narrativa de que os Estados Unidos estão em guerra contra o Islã".

O decreto migratório de Trump impede temporariamente a entrada nos EUA dos refugiados de todo o mundo e dos cidadãos da Líbia, Sudão, Somália, Síria, Iraque, Irã e Iêmen.

Na última sexta-feira, o juiz federal James Robart bloqueou provisoriamente a ordem de Trump enquanto revisava o caso.

No sábado, o governo de Trump iniciou um processo de apelação da decisão do juiz Robart, que ia acompanhado de um pedido à Corte de Apelações do Nono Distrito para que restaurasse o veto.

Esse tribunal de apelações rejeitou no domingo esse recurso e deixou em vigor a decisão de Robart, que abriu de novo as portas do país a milhões de imigrantes e refugiados.

No entanto, essa corte também pediu aos litigantes no caso - os estados de Washington e Minnesota, contrários ao veto migratório - e ao governo de Trump que apresentem argumentos a favor de sua posição ainda nesta segunda-feira.

Em sua argumentação, já apresentada perante a corte, os estados de Washington e Minnesota asseguram que restabelecer o veto migratório de Trump "suscitaria o caos".

Além disso, as principais companhias tecnológicas dos EUA, entre elas Apple, Facebook, Google e Microsoft, também apresentaram uma petição perante essa mesma corte contra o veto migratório porque consideram que a medida representa um obstáculo para suas contratações.

Através do Twitter, Trump criticou duramente o magistrado que suspendeu seu veto migratório, ao chamá-lo "suposto juiz" e acusá-lo de "tirar do país a capacidade de aplicar a lei".

O presidente americano também sugeriu que, caso haja algum atentado no país, Robart será o culpado, pois derrubou seu veto, cujo objetivo declarado é evitar a entrada de possíveis terroristas.

Hoje, em outro tweet, Trump disse que todas as "pesquisas negativas" sobre seu veto migratório são "notícias falsas" e que os americanos querem "segurança fronteiriça e fiscalização extrema" dos imigrantes.

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