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Evo Morales renova críticas ao Chile após crise com soldados

Presidente boliviano acusou o governo chileno de Sebastián Piñera de ter agido com "arrogância" e "orgulho" após prisão de três soldados da Bolívia


	As palavras duras do presidente boliviano durante uma homenagem aos soldados confirmaram que as relações entre La Paz e Santiago estão em seu pior momento em décadas
 (Ernesto Benavides/AFP)

As palavras duras do presidente boliviano durante uma homenagem aos soldados confirmaram que as relações entre La Paz e Santiago estão em seu pior momento em décadas (Ernesto Benavides/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2013 às 13h08.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, renovou nesta segunda-feira suas críticas ao governo chileno de Sebastián Piñera, acusando-o de ter agido com "arrogância" e "orgulho" em uma recente disputa sobre a prisão de três soldados bolivianos que supostamente violaram a fronteira entre os dois países.

As palavras duras do presidente boliviano durante uma homenagem aos soldados, a quem ele declarou como "heróis da defesa do mar", confirmaram que as relações entre La Paz e Santiago estão em seu pior momento em décadas.

Morales falou em uma pomposa cerimônia na Plaza Murillo, em frente ao Palácio presidencial Quemado, que premiou três soldados bolivianos que foram presos por mais de um mês no Chile, por supostamente atravessarem ilegalmente a fronteira durante uma operação anticontrabando.

Os soldados, que foram detidos por 36 dias e enfrentaram a perspectiva de um julgamento regular, retornaram sem acusações na sexta-feira e nesta segunda-feira receberam promoções e prêmios das mãos do presidente, que repetidamente se chocou com Piñera nos últimos dois anos.

"Nossos soldados (foram) algemados, que crime poderiam ter cometido? Que arrogância das autoridades (chilenas)... simplesmente soberba", protestou Morales.

Mas a libertação dos soldados "após 30 dias é vitória da verdade contra o orgulho", acrescentou.

Morales disse que o presidente chileno foi responsável pelo incidente com os soldados e pelo esfriamento do diálogo entre Bolívia e Chile, países sem relações diplomáticas há 35 anos e em permanente disputa pela reclamação boliviana de um acesso marítimo que perdeu em uma guerra do século 19.

"Felizmente, em tão pouco tempo tantas contradições do presidente Piñera", brincou o presidente boliviano.

Em meio ao recente conflito, o governo da Bolívia disse que tinha tomado a "decisão estratégica" de mover seu comércio marítimo para portos do sul do Peru, em vez do norte do Chile, por onde passa atualmente mais de 80 por cento do comércio internacional boliviano.

Nessa linha, Morales anunciou na semana passada que convidou o presidente peruano, Ollanta Humala, em vez de Piñera, para a próxima inauguração do trecho boliviano do corredor bioceânico. Este ato vai contar com a presença da presidente brasileira, Dilma Rousseff.

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