Evo Morales: “Seguramente pensaram que aqui se poderia manipular politicamente e economicamente [os bolivianos], mas esses são tempos passados”, afirmou o presidente da Bolívia (REUTERS/David Mercado)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 07h42.
Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, determinou a suspensão das atividades e a expulsão dos integrantes da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (cuja sigla em inglês é Usaid).
Morales acusa a organização de ingerência política nos sindicatos de camponeses e entidades sociais, além de conspiraração contra o governo. Ele admitiu que a decisão é também uma resposta aos Estados Unidos, que consideram a América Latina como quintal.
A agência atuava no país há 40 anos, desenvolvendo projetos em vários setores sociais, como saúde e meio ambiente. "Decidimos expulsar a Usaid da Bolívia, que saia a Usaid da Bolívia, peço ao irmão chanceler [David Choquehuanca] que comunique imediatamente à Embaixada dos Estados Unidos”, disse o presidente no discurso do Dia do Trabalho.
“Seguramente pensaram que aqui se poderia manipular politicamente e economicamente [os bolivianos], mas esses são tempos passados”, acrescentou Morales. Ele reiterou que o objetivo é manter relações de igualdade entre a Bolívia e os Estados Unidos, usando uma expressão em espanhol de “você para você”. Segundo o presidente, não há mais espaço para a mentalidade de dominação.
“Seremos um pequeno país, mas igual, e merecemos respeito. A expulsão da Usaid é também um protesto ao chanceler [John Kerry], que disse que a América Latina é um quintal dos Estados Unidos”, disse Morales.
A Usaid está na Bolívia desde 1964 e atua na promoção de projetos de saúde pública, desenvolvimento sustentável e meio ambiente. Em novembro de 2008, o governo Evo Morales deu a mesma ordem para os integrantes da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (cuja sigla é DEA). Na ocasião, a acusação foi semelhante à da Usaid.
*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI