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Europa se prepara para mais atrasos em entregas da AstraZeneca

A AstraZeneca disse que tentaria recorrer a cadeias de suprimentos internacionais para compensar parte do déficit, incluindo em fábricas nos EUA. Mas governo americano também não deve liberar doses

Vacina contra covid-19 da AstraZeneca (Dado Ruvic/Reuters)
CR

Carolina Riveira

Publicado em 11 de março de 2021 às 19h07.

Última atualização em 11 de março de 2021 às 19h08.

Governos da União Europeia se preparam para possíveis atrasos na distribuição da vacina contra a Covid da AstraZeneca, após um aviso da Comissão Europeia de que a fabricante continua a ser um problema, de acordo com nota diplomática vista pela Bloomberg.

Pascal Soriot, diretor-presidente da Astra, disse no mês passado que a empresa tentaria recorrer a cadeias de suprimentos internacionais para compensar parte do déficit, que incluiria a produção nos EUA. A empresa revisou seu cronograma de entrega várias vezes, e mais recentemente se comprometeu a enviar 40 milhões de doses neste trimestre e 180 milhões no segundo em relação à meta anterior de cerca de 280 milhões em ambos os períodos.

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Mas em reunião de embaixadores da UE na quarta-feira, diplomatas foram informados por autoridades da UE que a questão da Astra continua “problemática”. Além disso, a Johnson & Johnson, que deve receber autorização de mercado da Agência Europeia de Medicamentos nesta semana, ainda não divulgou um cronograma de entrega da vacina.

Também na quinta-feira, a UE disse que vai estender o mecanismo de controle de exportação de vacinas de meados de março até o final de junho, citando “atrasos persistentes” em algumas entregas.

Em relação à J&J, a UE havia dito em janeiro que, sob o contrato, a empresa envasaria uma parte do fornecimento para a UE nos Estados Unidos, gerando preocupações entre alguns governos. A UE disse na época que não esperava que isso afetasse as entregas.

Nesta semana, a comissão disse a diplomatas que estudava a possibilidade de encontrar parte dessa capacidade de enchimento e envase em outros países, já que não havia disponibilidade na UE, de acordo com a nota da reunião.

Porta-vozes da J&J e da Astra não quiseram comentar.

Também na quinta-feira, a Dinamarca suspendeu o uso da vacina da Astra como medida de precaução devido a efeitos colaterais potencialmente perigosos.

O comunicado diplomático da UE acrescentou que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e o presidente dos EUA, Joe Biden, se comprometeram em conversa por telefone na semana passada a coordenar medidas da Covid-19, inclusive nas cadeias de suprimentos.

Mas autoridades da UE foram informadas de que não haverá solução imediata para as entregas via EUA. A Casa Branca disse que o país se concentrará em primeiro vacinar os americanos.

A UE comprou 200 milhões de doses da vacina da J&J, com opção para mais 200 milhões. As entregas deveriam começar no início de abril, mas agora autoridades se preparam para atrasos, duas pessoas com conhecimento do processo disseram no início da semana.

De acordo com minuta do plano mais recente de vacinação da Itália, datado de 10 de março e visto pela Bloomberg, o país espera receber cerca de 7 milhões de doses da vacina da J&J no segundo trimestre deste ano e quase 16 milhões no terceiro trimestre.

Na reunião de quarta-feira, diplomatas da UE ouviram que as entregas das vacinas da Moderna e Pfizer para este trimestre estão dentro do prazo. Um acordo fechado com a Pfizer e a parceira alemã BioNTech para mais quatro milhões de doses prevê a entrega aos estados membros nas próximas duas semanas.

A nota diplomática acrescenta que os estados membros continuam preocupados com a produção e entrega de vacinas, e vários embaixadores apelaram à UE para reforçar a vigilância dos calendários de entrega e manter os governos informados sobre os esforços para aumentar a capacidade de produção.

--Com a colaboração de Nikos Chrysoloras.

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