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Europa afia ambicioso plano para recapitalizar bancos

União Européia confirmou que mais de 20 instituições da região precisam de mais fundos para resistirem à crise

A Espanha tem o maior número de bancos que precisam de ajuda no momento (Thomas Coex/AFP)

A Espanha tem o maior número de bancos que precisam de ajuda no momento (Thomas Coex/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2011 às 17h00.

Brixelas - A Europa está afiando seu ambicioso plano para recapitalizar mais de vinte bancos, entre eles vários espanhois, que necessitam de forma urgente de novos fundos, com os quais poderão sobreviver à crise da dívida e evitar um colapso bancário, afirmou nesta quinta-feira o comissário europeu de Mercado Interior, Michel Barnier.

"Não podemos excluir a possibilidade de que alguns deles recebam ajuda do Estado", disse Barnier durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

Segundo Barnier, a capitalização das entidades detectadas como frágeis deve ser feita primeiramente com meios privados. "Muitos desses bancos acumularam bônus milionários da Grécia e dos países com problemas da Eurozona (Irlanda, Portugal, Itália e Espanha)

O Vice-Presidente da Comissão Europeia e Comissário Europeu para a Concorrência, o espanhol Joaquín Almunia, admitiu que "infelizmente" a soma total dos bancos europeus que necessitam de uma injeção de fundos pode crescer.

Nesse sentido, Barnier destacou que dezesseis bancos que passaram pela prova de resistência agora precisam ser recapitalizados.

"Entre eles, sete são espanhois, dois são portugueses, dois gregos, dois alemães e um italiano. Os maiores são o Banco Popolare italiano, o português Millennium BCP (Banco Comercial Português) e os espanhois Sabadell, Banco Popular e Bankinter.

A Junta Europeia de Riscos Sistêmicos, um novo órgão da União Europeia criado para prevenir futuras crises, lançou seu primeiro alerta sobre os riscos que ameaçam a estabilidade do sistema financeiro global.

Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou suas previsões de crescimento para a Eurozona este ano de 2% a 1,6%, e para 2012 de 1,7% a 1,1%, o que confirma a desaceleração do crescimento devido à crise da dívida soberana na Eurozona.

"A Europa luta contra uma renovada volatilidade nos mercados e riscos crescentes de instabilidade financeira", afirma o FMI em suas previsões econômicas. O Banco Central Europeu (BCE) deverá baixar sua taxa básica se as ameaças continuarem, sugeriu.

E advertiu: "Se a crise da dívida nos países periféricos continua propagando-se nas economias dos países centrais da Europa (...) afundará a estabilidade financeira global".

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