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EUA se preparam para conter epidemia de ebola

Hospitais de Nova York estão enviado secretamente atores com falsos sintomas para testar quão bem suas equipes de triagem identificam os possíveis casos


	Funcionários da área da saúde usam roupas de proteção contra o ebola em hospital da ONG Médicos sem Fronteiras
 (Dominique Faget/AFP)

Funcionários da área da saúde usam roupas de proteção contra o ebola em hospital da ONG Médicos sem Fronteiras (Dominique Faget/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 18h05.

Nova York - Hospitais públicos na cidade de Nova York estão tão preocupados com o vírus ebola que têm secretamente enviado atores com falsos sintomas às salas de emergência, para testar quão bem suas equipes de triagem identificam e isolam possíveis casos da doença.

Segundo o diretor médico da Corporação de Saúde e Hospitais de Nova York, Ross Wilson, alguns funcionários do setor de emergência também passaram por novo treinamento para aprender a colocar e a remover equipamentos de proteção de modo adequado.

Wilson diz também que 24 pacientes testados para o vírus ebola foram colocados em isolamento em hospitais públicos da cidade nas últimas oito semanas. Nenhum deles tinha a doença, mas o diretor afirma que isolar possíveis casos o mais rápido possível é essencial para impedir que o vírus se espalhe.

Até esta terça, não houve nenhum caso de transmissão do Ebola em território americano. O único paciente infectado contraiu o vírus na Libéria e está sendo tratado em Dallas, no Texas.

Ainda assim, os provedores de saúde estão preocupados o suficiente para tomar uma série de precauções. Não está claro, contudo, se a preparação será excessiva ou insuficiente para enfrentar a doença.

No centro hospitalar Bellevue, em Nova York, técnicos estão montando um laboratório exclusivo para testes de sangue com o ebola, impedindo que as amostras contaminem outros equipamentos. Algumas camas também foram preparadas em uma ala de isolamento, onde aguardam a confirmação de casos da doença.

O sistema de emergência por telefone da cidade também passou a orientar os cidadãos a descrever sintomas parecidos com os do Ebola e a pedir por ambulâncias, caso tenham viajado para o oeste africano recentemente. Essa última pergunta também se tornou praxe na AMR, empresa que opera ambulâncias particulares em 40 Estados.

A AMR orientou seus funcionários e 19 mil paramédicos e técnicos em medicina a alertar as autoridades de saúde e a utilizar equipamentos extras de proteção, caso o paciente confirme ter alguns dos sintomas da doença. A empresa também emitiu um guia passo-a-passo para a utilização de plástico, sacos de lixo e fita adesiva para proteger ambulâncias e motoristas de pacientes infectados.

Uma precaução mais comum é tomada no hospital Mercer County Community, na cidade de Coldwater, Ohio. Segundo Nicole Pleimen, uma enfermeira que trabalha com a prevenção e controle de infecções, o hospital afixou mensagens na entrada há um mês, pedindo aos pacientes para avisar imediatamente caso tenham feito viagens recentes a países africanos atingidos pela doença.

Cuidando de oito crianças que tiveram contato direto com o único paciente americano confirmado com o ebola, o hospital Children's Memorial, no Texas, está se preparando para receber pacientes pediátricos contaminados pela doença.

Os centros americanos de Controle e Prevenção de Doenças exortaram os serviços de saúde a se prepararem, ao mesmo tempo em que insistem que os Estados Unidos não devem registrar o mesmo surto que vitimou milhares de pessoas na Libéria, Serra Leoa e Guiné.

A expectativa é a de que as taxas de mortalidade sejam muito menores em países cuja infraestrutura de saúde é mais sofisticada. Além disso, o Ebola não é tão contagioso quanto a gripe, que se espalha pelo ar, e também não é transmitido por pessoas que não têm sintomas, como é o caso do HIV.

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