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EUA querem coordenar ajuda à América Central

O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, inicia nesta segunda-feira sua primeira visita à América Latina desde que assumiu o cargo

A visita de Panetta começará em Bogotá, e é a primeira de um funcionário de alto escalão americano a este país após o escândalo dos agentes do Serviço Secreto (Karen Bleier/AFP)

A visita de Panetta começará em Bogotá, e é a primeira de um funcionário de alto escalão americano a este país após o escândalo dos agentes do Serviço Secreto (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 11h28.

Washington - O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, inicia nesta segunda-feira sua primeira visita à América Latina desde que assumiu o cargo, com paradas em Colômbia, Brasil e Chile para coordenar esforços na luta contra o crime na América Central.

A visita de Panetta começará em Bogotá, e é a primeira de um funcionário de alto escalão americano a este país após o escândalo dos agentes do Serviço Secreto, que utilizaram os serviços de prostitutas na Cúpula das Américas em Cartagena.

A Colômbia contribuiu para o treinamento de milhares de policiais no México e na América Central nos últimos anos, e esta tendência se acentuará após a assinatura de um acordo bilateral com Washington durante a cúpula, que dá um novo rumo ao bem-sucedido Plano Colômbia.

"No contexto de recursos limitados em termos de defesa nos Estados Unidos, temos uma oportunidade para nos associarmos de forma que estes países possam se converter em exportadores de segurança", explicou à imprensa uma fonte americana de alto escalão sob anonimato.

"Sem este tipo de discussão podemos pisar uns nos outros, perder oportunidades", acrescentou a fonte.

O Pentágono enfrenta drásticos cortes orçamentários nos próximos cinco anos.

Panetta se reunirá com seu homólogo colombiano Juan Carlos Pinzón e com o presidente Juan Manuel Santos em Bogotá.

Durante a visita poderá fazer algum tipo de anúncio relativo à ajuda à Colômbia, segundo as fontes no Pentágono.


Panetta viajará na terça-feira a Brasília para se reunir com o ministro Celso Amorim e com a presidente Dilma Rousseff.

Enquanto a aliança com Bogotá permanece sólida, a recente anulação de um contrato de até 380 milhões de dólares para a empresa aeronáutica brasileira Embraer, que deveria fornecer aviões de combate leves para o exército afegão, ofuscou a relação com o país.

O Pentágono convocou uma nova licitação, mas no melhor dos casos a entrega das aeronaves não ocorrerá antes de 2014.

Panetta está disposto a discutir o tema com seu homólogo brasileiro, disse a fonte, sem fornecer mais detalhes.

O caso pode influenciar decisivamente em um megacontrato de 5 bilhões de dólares que o Brasil mantém em suspense para equipar com 36 novos caças a sua Força Aérea, e para o qual competem a Boeing, a francesa Dassault e a empresa sueca Saab.

Sempre tentando atrair o Brasil para sua esfera de interesses, Washington quer também debater a cooperação na África em temas como formação de corpos de paz, assim como sobre a segurança em torno do Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

"Estes acontecimentos esportivos de primeira classe podem ser alvo de ataques (terroristas). Estaremos muito felizes de poder dar apoio a nossos sócios", disse a fonte de alto escalão a jornalistas.

Após sua passagem pelo Rio de Janeiro para dar uma palestra em uma academia militar, Panetta viajará a Santiago do Chile, onde a experiência militar na luta contra desastres naturais interessa Washington.

Ali realizará novamente reuniões com o ministro da Defesa, Andrés Allamand, e com o presidente Sebastián Piñera.

Os Estados Unidos preparam igualmente a próxima conferência ministerial de Defesa das Américas em Montevidéu, em outubro.

Um total de 14 países podem assinar neste encontro a criação de um mecanismo de cooperação regional de forças militares em caso de desastres naturais, informou outra fonte aos jornalistas.

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