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EUA proíbem laptops e tablet em voos procedentes de 10 aeroportos

A medida deve afetar 50 voos diários de nove companhias que atuam majoritariamente no Oriente Médio e na África

Passageiro usa laptop durante voo (SeongJoon Cho/Bloomberg)

Passageiro usa laptop durante voo (SeongJoon Cho/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 21 de março de 2017 às 09h08.

Última atualização em 21 de março de 2017 às 11h27.

Autoridades dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira a proibição de computadores portáteis e tablets em voos de nove companhias aéreas procedentes de oito países do Oriente Médio, alegando o risco de atentados terroristas.

Companhias como Emirates ou Turkish Airlines, que operam voos diretos de Dubai ou Istambul para os Estados Unidos, têm 96 horas a partir desta terça-feira para proibir que seus passageiros embarquem com dispositivos eletrônicos maiores do que um telefone celular.

Todos os dispositivos (laptops, tablets, consoles de jogos, livros eletrônicos, aparelhos de DVD, câmeras fotográficas, entre outros) devem ser incluídos na bagagem despachada nos aviões, informaram fontes do governo americano.

"A análise dos serviços de inteligência indica que grupos terroristas continuam apontando o transporte aéreo e buscam novos métodos para cometer atentados, como dissimular explosivos em bens de consumo", explicou uma fonte.

"Com base nestas informações, o secretário para a Segurança Interna, John Kelly, decidiu que era necessário reforçar os procedimentos de segurança para os passageiros com voo direto de alguns aeroportos e com destino aos Estados Unidos", destacou outra fonte, sem detalhar com que tipo de informação precisa Washington contava.

A medida deve afetar 50 voos diários de nove companhias (Royal Jordanian, EgyptAir, Turkish Airlines, Saudi Airlines, Kuwait Airways, Royal Air Maroc, Qatar Airways, Emirates e Etihad Airways) com decolagem de 10 aeroportos internacionais: Amã, Cairo, Istambul, Jidá, Riad, Kuwait, Doha, Dubai, Abu Dhabi e Casablanca.

Países aliados de Washington

Oito países são afetados, todos aliados ou sócios dos Estados Unidos: Jordânia, Egito, Turquia, Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos.

"Consideramos que é o que deve ser feito e nos locais adequados para garantir a segurança dos viajantes", disse uma fonte oficial.

A mesma fonte fez referência a "vários incidentes e atentados executados com êxito contra passageiros e aeroportos nos últimos anos".

Ele citou o ataque reivindicado em fevereiro de 2016 por somalis vinculados à Al-Qaeda em um Airbus A321 da Daallo Airlines com 74 pessoas a bordo. Quinze minutos depois da decolagem em Mogadíscio, um artefato explodiu e provocou um buraco de um metro de diâmetro na fuselagem, assim como a morte da pessoa que supostamente transportava a bomba.

A proibição de dispositivos eletrônicos maiores que um telefone celular estaria relacionada com uma ameaça do grupo Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), muito ativo no Iêmen, informou o canal CNN, com base em uma fonte do governo.

As autoridades americanas informaram com antecedência os países e as companhias aéreas envolvidas. Algumas empresas publicaram na segunda-feira à noite no Twitter algumas informações para os clientes.

As fontes não citaram um prazo para a proibição dos dispositivos eletrônicos, mas advertiram que se não colocarem as medidas em prática as companhias podem perder o direito de voar aos Estados Unidos.

As medidas são parte de um processo de intensificação dos controles nas fronteiras e, de modo mais geral, da política americana em termos de imigração desde que Donald Trump assumiu o poder.

O presidente republicano tenta impor uma proibição temporária de entrada nos Estados Unidos de todos os refugiados e de cidadãos de seis países de maioria muçulmanas. A medida foi estabelecida em um decreto que foi bloqueado duas vezes por juízes federais americanos.

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