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EUA podem até sair ganhando com eventual redução da nota de risco

Economista André Perfeito acredita que o enfraquecimento do dólar pode impulsionar as exportações

Porto de Oakland, na Califórnia: as exportações podem salvar a economia americana (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2011 às 14h45.

São Paulo – Uma eventual redução da nota de risco dos Estados Unidos não será necessariamente uma notícia ruim para a (ainda) principal economia do mundo.

As agências de classificação aguardam a aprovação e a divulgação, em detalhes, do acordo para a elevação do teto da dívida antes de decidir se rebaixam o rating.

O quadro fiscal atual, embora seja desfavorável, não traz nenhuma novidade. O gráfico abaixo mostra que o governo Bill Clinton foi a única exceção desde a década de 1960.

O corte nos gastos públicos terá o efeito de reduzir ainda mais o ímpeto da recuperação americana. Nesse contexto, a redução da nota de risco poderá impulsionar a economia via exportações.

“Um rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pode fazer o trabalho sujo que o diferencial de juros não fez (após o auge da crise)”, diz o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

(Reprodução/Gradual Investimentos)


“Ao jogar a zero a taxa de juros por lá, um dos efeitos desejados era que o diferencial de juros enfraquecesse o dólar de tal sorte que as exportações americanas pudessem conferir certo dinamismo ao tecido econômico doméstico”, explica Perfeito.

Porém, na prática, não foi isso o que aconteceu. A crise dos Piigs europeus (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) desvalorizou o euro, ajudando a economia alemã, e a China manteve o câmbio praticamente fixo a despeito dos apelos de Washington.

Com o eventual rebaixamento do rating americano e os cortes nos gastos, a tendência será de desvalorização do dólar. Quanto ao câmbio no Brasil, não há muito a se fazer. “Não adiantam medidas paliativas tal qual adotadas pelo Ministério da Fazenda na semana passada. O diferencial de juros e de perspectivas irá forçar o real ladeira acima, queira o governo ou não”, afirma Perfeito.

O economista da Gradual Investimentos acredita que “em um ambiente em que o dólar fique persistentemente mais fraco, ficará impossível para a China manter sua paridade forçada sem criar um constrangimento entre Pequim e Washington”.

André Perfeito lembra que os Estados Unidos são os maiores detentores de reservas mundiais de ouro. “Portanto, se houver uma mudança radical para o metal precioso, o governo americano estará mais uma vez no topo da ‘credibilidade’ monetária.”

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São Paulo – Uma eventual redução da nota de risco dos Estados Unidos não será necessariamente uma notícia ruim para a (ainda) principal economia do mundo.

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O quadro fiscal atual, embora seja desfavorável, não traz nenhuma novidade. O gráfico abaixo mostra que o governo Bill Clinton foi a única exceção desde a década de 1960.

O corte nos gastos públicos terá o efeito de reduzir ainda mais o ímpeto da recuperação americana. Nesse contexto, a redução da nota de risco poderá impulsionar a economia via exportações.

“Um rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pode fazer o trabalho sujo que o diferencial de juros não fez (após o auge da crise)”, diz o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

(Reprodução/Gradual Investimentos)


“Ao jogar a zero a taxa de juros por lá, um dos efeitos desejados era que o diferencial de juros enfraquecesse o dólar de tal sorte que as exportações americanas pudessem conferir certo dinamismo ao tecido econômico doméstico”, explica Perfeito.

Porém, na prática, não foi isso o que aconteceu. A crise dos Piigs europeus (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) desvalorizou o euro, ajudando a economia alemã, e a China manteve o câmbio praticamente fixo a despeito dos apelos de Washington.

Com o eventual rebaixamento do rating americano e os cortes nos gastos, a tendência será de desvalorização do dólar. Quanto ao câmbio no Brasil, não há muito a se fazer. “Não adiantam medidas paliativas tal qual adotadas pelo Ministério da Fazenda na semana passada. O diferencial de juros e de perspectivas irá forçar o real ladeira acima, queira o governo ou não”, afirma Perfeito.

O economista da Gradual Investimentos acredita que “em um ambiente em que o dólar fique persistentemente mais fraco, ficará impossível para a China manter sua paridade forçada sem criar um constrangimento entre Pequim e Washington”.

André Perfeito lembra que os Estados Unidos são os maiores detentores de reservas mundiais de ouro. “Portanto, se houver uma mudança radical para o metal precioso, o governo americano estará mais uma vez no topo da ‘credibilidade’ monetária.”

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