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EUA minimizam referendo na Itália e UE vê como assunto doméstico

EUA se pronunciaram afirmando que resultado foi "apenas um capítulo" nas negociações; União Europeia retratou como questão doméstica, que não afeta o bloco

Itália: resultado do referendo não representa "risco sistêmico" para a União Europeia (Reuters/Alessandro Bianchi)

Itália: resultado do referendo não representa "risco sistêmico" para a União Europeia (Reuters/Alessandro Bianchi)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 09h57.

Bruxelas - O governo dos Estados Unidos buscou minimizar a importância do referendo na Itália, que terminou com derrota da proposta de mudanças na Constituição e consequente renúncia do premiê Matteo Renzi.

Em sua primeira reação oficial, a Casa Branca disse em nota que o voto foi parte de uma "ampla conversação nacional" sobre as reformas necessárias para melhorar a governabilidade na Itália e para fortalecer o crescimento e o investimento estrangeiro.

"Este voto foi apenas um capítulo nessa conversa, não o fim. Isso continuará nas próximas semanas e nos próximos meses", afirmou a Casa Branca no comunicado.

Em Bruxelas, autoridades da Comissão Europeia e do Conselho Europeu não reagiram logo, mas autoridades retrataram isso como uma questão doméstica italiana sobre mudanças constitucionais, não um voto sobre a União Europeia.

O ministro das Finanças francês, Michel Sapin, reforçou essa posição na segunda-feira, ao entrar em uma reunião regular de ministros de Finanças da zona do euro onde as consequências desse voto devem ser discutidas.

Sapin disse que o resultado não teria qualquer impacto significativo na capacidade da UE de resolver seus problemas e não representava "risco sistêmico" para o bloco.

"Este referendo era uma questão interna italiana", afirmou Sapin. "Isso não tem qualquer peso sobre a Europa", avaliou. "A Itália é um país sólido. Um país ancorado na Europa."

O ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, visto como um candidato tecnocrata que pode substituir Renzi como premiê, decidiu ficar em Roma.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, demonstrou preocupação com o resultado do voto italiano, mas disse em comunicado que não se trata de uma crise de Estado, e sim "uma crise de governo que precisa ser resolvida".

Já para a política francesa Marine Le Pen, de extrema-direita e chefe da Frente Nacional, o resultado mostra um desagrado dos italianos com a UE. "A sede das nações por liberdade precisa ser ouvida", disse ela.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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