EUA marca julgamento brasileiros por tráfico de pessoas
Casal é acusado de trazer clandestinamente imigrantes brasileiros para Flórida em um barco vindo das Bahamas
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2012 às 18h19.
Miami (EUA) - O julgamento do casal brasileiro acusado de fazer parte de uma rede de tráfico de imigrantes ilegais vindos do Brasil para os Estados Unidos começará no próximo dia 19 de novembro em Miami.
Um tribunal da Flórida estabeleceu para esse dia o começo do julgamento de Fabio Rodrigues Fróes e sua esposa, Juliana Tomé Fróes, que são acusados de trazer clandestinamente imigrantes brasileiros para Flórida em um barco vindo das Bahamas.
Sobre o casal pesam 12 acusações pelos crimes de 'conspiração para induzir e introduzir estrangeiros nos EUA' com o propósito de se obter lucro econômico desta atividade ilegal, segundo a documentação à qual teve acesso a Agência Efe nesta terça-feira.
No dia 15 de outubro o casal se declarou inocente das acusações pelas quais foram presos um mês atrás no aeroporto internacional de Miami, como parte de uma investigação federal.
Segundo a acusação, o casal fazia parte de uma rede de tráfico de cidadãos brasileiros que utilizava um complexo sistema para trazê-los ilegalmente para os EUA.
O Serviço de Imigração e Alfândegas americano (ICE) documentou que, provavelmente desde 2009, a rede criminosa realizou operações de tráfico ilegal de pessoas.
Aparentemente, os imigrantes voavam do Brasil para França, para depois continuarem sua viagem rumo à Inglaterra e, uma vez ali, voar de novo até as Bahamas, de onde eram levados em um barco para o sul da Flórida.
A suposta rede criminosa foi descoberta há dois anos em uma operação rotineira de controle de embarcações suspeitas nas proximidades de Pompano Beach, no condado de Broward, ao norte de Miami.
Os fatos aconteceram em 2010, quando um barco da Comissão para a Conservação da Pesca e Vida Selvagem da Flórida (FFWC) deteve uma embarcação que transportava quatro pessoas, que foram interrogadas por agentes da Patrulha Fronteiriça americana.
Um dos homens, o brasileiro Wellington dos Santos Silva, confessou às autoridades que tentava entrar nos EUA ilegalmente vindo das Bahamas e que, para isso, pagou US$ 16.050 a Costamares Trael, uma agência de viagens localizada no Brasil.
O depoimento despertou as suspeitas do ICE de que uma organização criminosa poderia estar por trás da operação de tráfico ilegal de imigrantes.
Aparentemente, Wellington confessou durante sua detenção que a pessoa de contato na agência de viagens era uma mulher chamada Juliana (Juliana Tomé Fróes) e que cobrava US$ 6 mil para introduzir uma pessoa ilegalmente nos EUA.